Israel se nega a detalhar motivos para ataque contra jornalistas em Gaza

CNN Brasil


As Forças de Defesa de Israel (FDI) se recusaram a dar respostas detalhadas a uma série de perguntas da CNN sobre os assassinatos dos jornalistas da Al Jazeera Ismail Al-Ghoul e Rami Al-Rifi.

Numa declaração à CNN, as FDI e a Agência de Segurança Israelense alegaram que Al-Ghoul era um “terrorista da Nukhba [unidade do Hamas] que participou no massacre de 7 de outubro e foi responsável pelo registro e publicação de ataques contra as tropas das FDI”.

A CNN pediu às IDF evidências das acusações feitas contra Al-Ghoul. Numa série de perguntas enviadas às FDI na quinta-feira, a CNN observou que Ismail al-Ghoul foi preso em 18 de março no norte de Gaza e libertado 12 horas depois e perguntou por que ele havia sido libertado se era um suposto agente da Al Brigadas Qassam — ala militar do Hamas.

A CNN também perguntou se as FDI consideravam Al-Ghoul ativamente engajado no combate e se seu cinegrafista também era membro da ala.

As FDI disseram que não tinha nada a acrescentar à sua declaração.

Ismail Al-Ghoul e o seu cinegrafista, Rami Al-Rifi, que viviam no enclave sitiado, foram mortos num ataque aéreo contra o seu carro no campo de refugiados de Al Shati, de acordo com a rede sediada no Catar.

Os jornalistas, ambos de 27 anos, reportaram ao vivo durante grande parte do dia, a partir de um local próximo da casa da família do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, que foi assassinado na capital iraniana, Teerã, esta semana.

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) afirmou estar indignada com o assassinato dos jornalistas.

“Estamos consternados com este ataque violento a dois jornalistas proeminentes da Al Jazeera – o último incidente em quase 10 meses de crimes contra jornalistas em Gaza, onde mais de 120 jornalistas perderam a vida”, disse a RSF.

“A RSF insta o governo israelense a se comprometer imediatamente a acabar com a violência contra jornalistas que continua a ser cometida impiedosamente pelas Forças de Defesa de Israel, constituindo exemplos flagrantes de crimes de guerra”, disse Rebecca Vincent, Diretora de Campanhas da RSF.

A RSF disse que com o assassinato de Al-Ghoul e Al-Rifi, o número de jornalistas da Al Jazeera mortos em Gaza aumentou para cinco, todos alvo de ataques diretos.

Os militares israelenses disseram na quinta-feira que Al-Ghoul era membro do braço militar do Hamas e participou do ataque a Israel em 7 de outubro.



Fonte do Texto

VEJA MAIS

Vereador preso pode ter o mandato cassado na Câmara de Cuiabá

A Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Cuiabá optou por dar andamento ao…

Policiais penais são presos por facilitarem saídas de presos na Bahia

Quatro policiais penais foram presos na manhã desta sexta-feira (20) em Salvador–BA, suspeitos de extorsão,…

Ataque israelense a Beirute deixa 12 mortos e 66 feridos, diz ministério

Ao menos 12 pessoas morreram e outras 66 ficaram feridas em um ataque israelense no…