A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (2) a contratação de uma organização sem fins lucrativos para realizar uma auditoria externa nas empresas de ônibus Transwolff e UPBus. Ambas são investigadas desde abril deste ano por terem uma suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), considerada a maior organização criminosa do país.
Segundo a decisão publicada no Diário Oficial da cidade, serão pagos R$ 1.540.000 à Fundação Carlos Alberto Vanzolini. A organização é considerada especializada na prestação de serviços de avaliações externas.
O objetivo da contratação é analisar os processos operacionais e de gestão das duas empresas, que permanecem interditadas pela gestão municipal após serem apontadas como intermediárias para lavagem de dinheiro proveniente do crime organizado.
Juntas, as concessionárias eram responsáveis por transportar diariamente cerca de 700 mil passageiros na capital paulista. Remuneradas pela Prefeitura de São Paulo, elas teriam recebido mais de R$ 800 milhões dos cofres públicos somente no ano passado.
A Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana informou que o intuito para a contratação do serviço é dar apoio ao trabalho das equipes dos comitês que atuam no processo de intervenção nas duas empresas.
A CNN buscou contato com a Fundação Carlos Alberto Vanzolini e com as empresas Transwolff e UPBus para comentarem, mas não houve retorno.
Operação Fim da Linha
Em abril deste ano, as empresas Transwolff e UPBus foram alvos da operação Fim da Linha, após investigações revelarem envolvimento das companhias com o PCC.
Denunciadas pelo Ministério Público, as concessionárias teriam sido utilizadas, entre os anos de 2014 e 2024, para esconder altas quantias de origem ilícita de ativos provenientes de tráfico de drogas, roubos e outros delitos praticados pela maior organização criminosa do país.
No mesmo dia em que a operação foi deflagrada, a prefeitura anunciou que assumiria a operação das linhas de ônibus, nomeando dois interventores.
* Sob supervisão
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