A Suprema Corte da Venezuela, com maioria de votos alinhada ao partido de Nicolás Maduro, está no centro das atenções após as recentes eleições no país.
O professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, levanta questões sobre a imparcialidade do processo de validação das atas eleitorais.
Segundo Trevisan, a composição atual da Suprema Corte venezuelana é resultado de uma crise política ocorrida em 2017, quando houve uma transformação na estrutura do órgão após a oposição conquistar a maioria na Assembleia em 2015.
“A Suprema Corte Venezuelana tem maioria de votos para o partido do Maduro e ele não perde nenhuma lá”, afirma o especialista.
O Conselho Nacional Eleitoral, responsável pela organização das eleições, é apontado como uma instituição ligada ao Executivo, e não ao Judiciário. Essa estrutura levanta dúvidas sobre a independência do órgão fiscalizador do processo eleitoral.
A questão das atas eletrônicas também é um ponto de controvérsia. Apesar dos elogios do presidente Maduro à segurança do sistema de votação eletrônico, há uma pressão crescente pela divulgação das atas.
“As atas são eletrônicas, qualquer um de nós poderia verificar… O próprio presidente Maduro fez diversos elogios ao fato de que a Venezuela tem urnas eletrônicas que são inacessíveis, então tá bom, então divulga as atas”, argumenta Trevisan.
Reações internacionais e possíveis consequências
A situação na Venezuela tem provocado reações internacionais. Os Estados Unidos e a Argentina, sob o governo de Javier Milei, já sinalizaram o reconhecimento da vitória da oposição, representada por Edmundo González. Essa movimentação diplomática pode aumentar a pressão sobre o governo Maduro e potencialmente intensificar a repressão à oposição dentro do país.
O cenário político na Venezuela permanece tenso, com a legitimidade do processo eleitoral sendo questionada tanto internamente quanto pela comunidade internacional. A atuação da Suprema Corte nos próximos dias será crucial para determinar os rumos políticos do país e sua relação com outras nações.
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