O ano nem acabou, mas Mato Grosso do Sul já registrou um aumento de 27,5% nas ligações recebidas no 180 – dispositivo central na estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher no país – nos últimos sete meses. A nível nacional, o telefone foi fonte de denúncia 84,3 mil vezes, número 33,5% maior que o mesmo período do ano passado.
Os dados foram divulgados pelo Ministério das Mulheres.
De janeiro até julho, Mato Grosso do Sul a central registrou 1.214 denúncias — um aumento de 27,25% em relação ao mesmo período do ano passado.
Entre as denúncias, 715 foram realizadas pela própria vítima e 499 por uma terceira pessoa. A casa da vítima ainda é o principal cenário de violência: no estado, 499 casos se passaram dentro do lar das mulheres.
A maior parte das vítimas tinham entre 25 e 29 anos; as mulheres negras foram as que mais procuraram ajuda (666 de 1.214) e s seus companheiros (ou ex-companheiros) aqueles que mais cometem atos violentos, um total de 577 homens.
O número não é diferente pelo resto do país, neste ano, 68,6% das denúncias apresentadas por meio da Central tiveram homens como suspeitos dos atos de violência. Nos dados também há casos nos quais são mulheres as que cometem violência contra outras mulheres, 20,4%.
Ao longo do ano de 2023, 72,4% das denúncias tinham o gênero masculino como suspeito das violações, enquanto 18,7% registravam o gênero feminino.
Entenda o 180
Segundo a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o 180 tem a característica de ser preventivo e colaborativo. É por ele que vítimas e pessoas próximas a elas conseguem informações para que o ciclo de violência seja quebrado. “Muitas vezes tem um vizinho, uma amiga, que não sabe o que fazer quando vivencia uma situação de violência contra a mulher. O Ligue 180 é essa referência”.
A central do 180 conta com informações sobre endereços e telefones de mais de 2,5 mil serviços especializados da Rede de Atendimento à Mulher, além de informações que tratam de direitos e garantias da mulher em situação de violência. Por ele é possível entender tipos de violência de gênero, incluindo conceitos como consentimento, estupro de vulnerável, importunação sexual, violência sexual mediante fraude, estupro corretivo e stalking.
O Ligue 180 também tem um canal de atendimento exclusivo no WhatsApp: o (61) 9610-0180.
Em casos de emergência, a Polícia Militar deve ser acionada por meio do telefone 190.