A vacina brasileira contra a mpox, desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é uma das prioridades da Rede Vírus, comitê de especialistas em virologia criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para o desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos, vacinas e produção de conteúdo sobre vírus emergentes no Brasil.
A universidade trabalha há cerca de dois anos no desenvolvimento do imunizante para prevenção de casos graves e disseminação da doença, que recebeu caráter de de emergência de saúde pública, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última quarta-feira (14). Segundo o Ministério da Saúde, apenas em 2024, foram registrados 709 casos de mpox no Brasil.
Segundo o professor e pesquisador da UFMG, membro da Rede Vírus e coordenador da CâmaraPox, um desdobramento do comitê para a questão da mpox, Flávio Fonseca, o imunizante contra o vírus é uma prioridade desde a primeira emergência. “Desde o surto da doença em 2022, nós vimos a necessidade de termos estratégias de produção para a pronta utilização do insumo. Então, o que nós estamos fazendo no Brasil é deixar preparado o sistema de produção dessa vacina para o caso de necessidade”, explicou.
A vacina brasileira contra a mpox
O desenvolvimento da vacina brasileira começou em 2022, quando o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos doou para a UFMG o material conhecido como “semente do vírus”, que é o ponto de partida para o desenvolvimento do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), ou seja, a matéria-prima para a produção do imunizante.
A pesquisa está na fase de estudo para o aumento da produção, verificando a obtenção de matéria-prima para atender a demanda em grande escala, segundo a pasta. O imunizante é composta por um vírus semelhante ao da Mpox atenuado.
Atualmente, existem duas vacinas disponíveis contra a mpox. A primeira é a Jynneos, produzida pela farmacêutica dinarmaquesa Bavarian Nordic e composto pelo vírus atenuado. Ela é recomendada para adultos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV.
O segundo imunizante é a ACAM 2000, fabricada pela americana Emergent BioSolutions e que possui diversas contraindicações e mais efeitos colaterais por ser composta pelo vírus ativo, se tornando assim menos segura.
Com a declaração de emergência, o Ministério da Saúde anunciou que negocia a compra de 25 mil doses da Jynneos com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Desde 2023, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso provisório do imunizante, o Brasil já recebeu cerca de 47 mil doses e aplicou 29 mil.
*Com informações Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)