Polícia confirma que presidente de ONG matou secretária em SP


A Polícia Civil revelou novas evidências que comprovam a participação do presidente da organização sem fins lucrativos Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Bauru, Roberto Franceschetti Filho, no assassinato de Claudia Regina da Rocha Lobo, secretária-executiva da instituição.

A funcionária da entidade há 20 anos, foi flagrada por câmeras de segurança deixando a sede da APAE pela última vez na tarde do último dia 6 deste mês. Desde então, a trabalhadora não foi mais vista.

Durante uma coletiva realizada na tarde de segunda-feira (26), a polícia divulgou imagens de câmeras de segurança que mostram Roberto com Claudia no mesmo dia do seu desaparecimento.

Segundo a investigação, às 15h10 daquele dia, o carro de Claudia estava estacionado em frente a um terreno. Nas imagens, Roberto, que estava no banco do passageiro, assume a direção do veículo, enquanto Claudia se move para o banco de trás.

Veja o momento:

Segundo a polícia, a troca de lugares foi crucial para a investigação, uma vez que manchas de sangue foram encontradas exatamente na posição onde Claudia estava sentada.

O desaparecimento da funcionária foi registrado pela família no dia 6 de agosto, quando a polícia iniciou as investigações, incluindo a análise de câmeras de segurança que traçaram a rota do veículo.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), Roberto Franceschetti foi preso em 15 de agosto após a polícia solicitar sua prisão temporária de 30 dias.

Durante a prisão, que ocorreu quando ele foi à delegacia retirar bens da secretária, como o notebook e o celular, o presidente da organização se mostrou surpreso, mas acabou admitindo informalmente que matou Claudia.

Envolvimento no crime

Além de Roberto, um segundo funcionário da APAE, encarregado no almoxarifado, confessou ter participado da ocultação do cadáver. Ele afirmou que foi coagido pelo então presidente, que o ameaçou e ordenou que incinerasse o corpo em uma chácara utilizada pela ONG para a queima de materiais sem utilidade.

No dia da prisão de Roberto, a polícia encontrou em uma chácara restos de papéis não queimados que pertenciam à organização • Reprodução

Esse funcionário relatou que voltou ao local no dia 10 de agosto para rastelar e separar os restos mortais da vítima, a pedido de Roberto. Conforme a direção da organização, ele foi afastado de suas funções desde o momento em que as suspeitas foram levantadas.

“Má gestão e conflitos de interesse financeiro”

As investigações conduzidas pela 3ª Delegacia de Homicídios de Bauru revelam que o motivo do crime pode estar relacionado a “má gestão, desvio de verbas e disputa de poder dentro da instituição.”

Segundo o delegado responsável pelo caso, Cledson Nascimento, a polícia também investiga os pedidos de adiantamento financeiro feitos por Claudia, que Roberto Franceschetti mencionou em seu depoimento inicial. Ele relatou que a funcionária vinha pedindo grandes quantias para ajudar um parente supostamente preso, mas que ele se recusou a liberar a última solicitação, de R$ 40 mil.

À época do acontecimento, o veículo de Claudia foi encontrado abandonado com um estojo de munição dentro. Durante o cumprimento dos mandados contra Roberto, uma arma do mesmo calibre do estojo foi apreendida na residência dele.

Políci apreendeu dentro de um cofre da residência de Roberto, uma pistola do presidente da organização • Reprodução

No dia 20 de agosto, o laudo pericial confirmou que a cápsula encontrada no carro da funcionária era compatível com a arma de Franceschetti, uma pistola Taurus calibre 380.

Calibre foi encontrado no interior do veículo da funcionária após o seu desaparecimento • Reprodução

Além disso, buscas realizadas na sede da organização resultaram na apreensão de documentos e objetos que podem estar ligados ao crime.

Apesar dos indicativos de má gestão e de conflitos de interesse entre o presidente e a secretária, a Polícia Civil segue com as investigações para determinar todos os envolvidos e a definitiva motivação do assassinato.

A CNN tenta contato com a APAE de Bauru e aguarda retorno.

(*Sob supervisão de Felipe Andrade)



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