Imagens revelam o impacto das queimadas ocorridas, nos últimos 30 dias, na vegetação de Chapada dos Guimarães, na capital mato-grossense, Cuiabá, e áreas próximas. O Primeira Página teve acesso aos registros feitos pelo satélite Copernicus, do Programa de Observação da Terra da União Europeia e fez a análise dos dias 24 de julho até o dia 23 de agosto.
Na sequência de imagens em animação abaixo, é possível ver que à medida que os dias passam, aumentam as áreas afetadas pelas queimadas.
Nesta quarta-feira (28), o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso fez o combate de três incêndios florestais, entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães.
As ações de luta contra as queimadas são realizadas por 16 militares, distribuídos entre a APA (Área de Proteção Ambiental) Chapada dos Guimarães, próximo a MT-251; no Coxipó do Ouro; e em uma região de chácaras, próximo a MT-010, conhecida popularmente como Estrada da Guia.
O combate é reforçado por aviões, que despejam água direto nas chamas, e caminhão-tanque, além de três caminhonetes, para o deslocamento das equipes.
Mato Grosso lidera ranking nacional de queimadas
No fim do mês de julho, o Primeira Página divulgou dados alarmantes do Portal de Inteligência Territorial do ICV (Instituto Centro de Vida), que mostravam que o estado havia registrado 2.472 alertas de focos de calor, apenas durante aquele mês – um aumento de 70,13% em relação ao mesmo período do ano passado.
O levantamento divulgado mostrava ainda que o número colocava o mês como o com maior com registros de queimadas desde 2018.
No entanto, agora no mês de agosto, do dia 1º ao dia 27, Mato Grosso registrou Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) 10.672 focos de calor. Os dados colocam o estado em primeiro lugar na ranking nacional de queimadas com média de 381 focos por dia e 15 focos por hora.
O que chama atenção é que o total de focos registrados em agosto deste ano é superior a todos os registrados feitos de janeiro a agosto do ano passado. Do dia primeiro de janeiro até 31 de agosto do 2023 foram registrados 10.167 focos de calor.
É preciso lembrar que foco de calor não é necessariamente foco de queimada, mas indica a possibilidade incêndio, isso porque os satélites computam como foco de calor qualquer temperatura acima de 47°C.
Do total de focos em agosto, 4698 se concentram na Amazônia, 4673 no Cerrado e 1301 no Pantanal.
Incêndios
Segundo o Corpo de Bombeiros, 62,4% dos focos registrados no estado se concentram em propriedades particulares, mais de 30% estão em terras indígenas e 7% dos focos estão em unidades de conservação estaduais.
Mais de 190 bombeiros militares combatem 39 incêndios em vegetação. Desse total, 87 atuam em três frentes de incêndio no Pantanal, enquanto 103 estão distribuídos em 27 cidades mato-grossenses.
O Governo do Estado informou que os incêndios são monitorados por satélites de alta tecnologia pelo BEA (Batalhão de Emergências Ambientais) e pelas Salas de Situação Descentralizadas.
No Pantanal mato-grossense, as ações de combate são em três frentes de incêndio, sendo eles: RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Sesc Pantanal, em Barão de Melgaço; divisa de Cáceres com a Bolívia; e na região da Fazenda Cambarazinho, em Poconé.
Os demais incêndios foram registrados em Santo Antônio de Leverger, Cuiabá, Rosário Oeste, Nossa Senhora do Livramento, Rondonópolis, Paranatinga, Sinop, União do Sul, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Alto Paraguai, São José do Rio Claro, Nova Maringá, Confresa, Novo Santo Antônio, Porto Esperidião, Vila Bela da Santíssima Trindade, Mirassol D’Oeste, Jauru, Aripuanã, Juara, Apiacás, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Marcelândia e Peixoto de Azevedo.