Culiacán, capital do estado de Sinaloa no México, tem sido palco de confrontos e tensões, embora não seja a primeira vez. Em 2019, a cidade já havia testemunhado o chamado “Culianacazo”, um dia de violência entre o Cartel de Sinaloa e o Exército Mexicano pela prisão e posterior libertação de Ovidio Guzmán López, filho do traficante de drogas mexicano Joaquín “El Chapo” Guzmán Loera.
O que aconteceu em Culiacán?
A Secretaria de Segurança Pública de Sinaloa informou na quinta-feira (29) bloqueios em vários pontos de Culiacán, capital do estado, depois que um grupo de soldados sofreu um ataque em uma área rural do município.
Após a circulação nas redes sociais de vídeos supostamente de confrontos, queima de veículos e mobilização de pessoas armadas, e rumores sobre a prisão de um dos Chapitos – como são conhecidos os filhos de Chapo -, o governador Rubén Rocha Moya negou registro de vítimas, prisões ou feridos, salientando que a especulação causou alarme infundado entre a população.
Um grupo de agentes sofreu um ataque de civis armados em uma comunidade de Jesús María, no norte de Culiacán, segundo Rocha Moya, seguindo o que foi dito pela Secretaria de Segurança Pública de Sinaloa.
“Sabe-se que militares sofreram uma agressão, informações sobre estes acontecimentos estão sendo coletadas para comunicação com os cidadãos, pessoal de apoio vai ao local”, escreveu a Secretaria de Segurança Pública de Sinaloa.
Diante do ocorrido, as autoridades ordenaram um envio coordenado de agentes que por sua vez fez com que civis incendiassem dois veículos na rodovia México 15, perto de Limón de los Ramos, com o objetivo de dificultar as ações.
O prefeito de Culiacán, Juan De Dios Gámez Mendívil, escreveu em sua conta no X: “Como resultado da atuação das forças de segurança do governo federal, na administração de Jesús María (…) foram registrados incidentes de insegurança focados naquela área, na rodovia México 15”.
Tanto a secretaria quanto o governador Rocha Moya e Gámez Mendívil pediram aos cidadãos que “mantivessem a calma” e se informassem através dos canais oficiais sobre o ocorrido.
Nesta sexta-feira (30), as autoridades informaram que a situação já estava controlada.
“A Direção de Estradas e Transportes nos informa(…) que o Serviço de Transportes Públicos Urbanos já está funcionando normalmente”, disse Juan de Dios Gámez Mendívil em X.
“Ressalta-se que as ações preventivas continuam por parte das autoridades dos três níveis de governo. Mesmo assim, pede-se à sociedade que utilize o 9-1-1 ou o 089 para denunciar qualquer tipo de situação”, indicou, no entanto, a Secretária de Segurança Pública.
O Cartel de Sinaloa foi abalado nos últimos meses pela prisão de dois dos seus líderes.
Na quinta-feira, 25 de julho, as autoridades dos Estados Unidos prenderam Ismael “El Mayo” Zambada e Joaquín Guzmán López. Ambos enfrentam diversas acusações por supostamente dirigirem as operações criminosas daquela que é considerada uma das organizações de tráfico de drogas mais poderosas e mortíferas do mundo.
Além disso, o caso tem dado muito o que falar devido às incógnitas sobre a prisão em El Paso, no Texas, e após as declarações que Mayo Zambada tornou públicas em carta através de seu advogado, na qual acusou Guzmán López de sequestro para entregá-lo às autoridades dos EUA.
