Venezuela usa bloqueio do X no Brasil para defender sentença que dá vitória a Maduro


O governo de Nicolás Maduro está usando o bloqueio da rede social X no Brasil para defender a decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela que ratificou o anúncio de vitória do chavista no pleito presidencial de 28 de julho. A oposição alega fraude.

“O Supremo Tribunal do Brasil não é mais do que o Supremo Tribunal da Venezuela”, disse o ministro do Interior, Justiça e Paz de Maduro, Diosdado Cabello, em seu programa de TV na quarta-feira (4).

“É preciso respeitar a decisão da Corte Suprema do Brasil, não é verdade? Claro! E da Venezuela também!”, exclamou.

Uma das figuras mais importantes do chavismo, o recém designado ministro fez o comentário ao ler, para seus apoiadores, uma publicação que informava sobre o bloqueio da rede social de Elon Musk no Brasil.

“A Corte Suprema do Brasil ordenou bloquear a rede social X em todo o país. E eu que pensei que isso só ocorria em ditaduras”, ironizou Cabello, aproveitando a menção para pedir respeito ao mais alto tribunal venezuelano, que ratificou a questionada vitória de Maduro nas últimas eleições presidenciais, com mais de 51% dos votos.

“É preciso respeitar as decisões de lá e a decisão daqui. Eu não posso me meter nas coisas internas do Brasil, opinar sobre a decisão do Tribunal Supremo”, alegou.

Procurado pela CNN, o STF não quis comentar.

Suspensão do X na Venezuela

Cabello também fez alusão à suspensão do X na própria Venezuela. A rede social está fora do ar há quase um mês, desde que Maduro decretou sua suspensão por 10 dias, acusando Musk de “incitar” o ódio e a violência no país.

“Nós não mandamos bloquear nada disso. O que fizemos foi uma suspensão e que venham falar com a Venezuela. Mas a arrogância do imperialismo diz: ‘Não vamos falar com esses ditadores’”, comentou.

Além da suspensão do X, mais de 60 sites de notícias, fact checking e de organizações estão bloqueados na Venezuela, de acordo com o Sindicato Nacional de Imprensa do país.

Desde os protestos que eclodiram contra o anúncio da suposta vitória de Maduro nas eleições presidenciais, mais de 10 profissionais de imprensa foram presos, de acordo com ONGs que atuam no país.

 



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