Asilados denunciam cerco policial à embaixada argentina em Caracas, custodiada pelo Brasil

CNN Brasil


Integrantes da equipe de María Corina Machado que estão asilados na residência da embaixada argentina na Venezuela denunciaram um cerco policial à representação diplomática na noite desta sexta-feira (6).

Vídeos postados por eles mostram a bandeira do Brasil hasteada no local, e sirenes de viaturas de polícia em frente à residência.

“Assim está do lado de fora da residência argentina em Caracas, protegida pelo Brasil. Chegaram mais patrulhas e funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e Direção de Ações Estratégicas e Táticas (Daet) encapuzados e armados que estão assediando a sede diplomática protegida por normas do direito internacional”, escreveu na rede social X Pedro Urruchurtu, coordenador internacional da equipe da líder opositora.

Em um vídeo em que é possível ver a bandeira do Brasil na residência da embaixada, o deputado Omar González Moreno, membro da direção nacional do partido Vente Venezuela, de Machado, também denunciou a situação.

“Há numerosas patrulhas nos arredores desta sede diplomática e dezenas de homens com capuz, cobrindo o rosto e rodeando a sede que está neste momento sem eletricidade. O resto das casas têm luz elétrica, mas a sede da embaixada está completamente sem luz desde cedo da noite de hoje”, escreveu na rede social o opositor, um dos seis venezuelanos que estão asilados na embaixada.

O Brasil assumiu a custódia das representações diplomáticas da Argentina na Venezuela no início de agosto, após o governo de Nicolás Maduro expulsar diplomatas do governo de Javier Milei do país, por alegações de fraude no processo eleitoral.

Seis venezuelanos que integram a equipe de Machado e contra os quais foram emitidas ordens de prisão estão asilados na residência da embaixada argentina desde março.

Eles já tinham denunciado o roubo de fusíveis do local por funcionários da estatal de energia, o que provocou o corte do fornecimento elétrico.

Na ocasião, o governo Milei manifestou “preocupação” com o ato intencional e advertiu que “sobre qualquer ação deliberada que ponha em perigo a segurança da equipe diplomática argentina e dos cidadãos venezuelanos sob proteção”.

A Casa Rosada também lembrou que, de acordo com tratados que regem as relações internacionais, é obrigação do Estado receptor de missões diplomáticas salvaguardá-las de “invasões ou danos e preservar a tranquilidade e dignidade da mesma”.

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