A comunicação do candidato define o seu voto?

A eleição do Conselho Tutelar será das 8h até às 17h deste domingo (1º). (Foto: Justiça Eleitoral)


Em uma entrevista de emprego, os candidatos sabem que a comunicação é uma peça-chave para impressionar positivamente. Eles se preparam para transmitir confiança, clareza e alinhamento com os valores da empresa. Mas, no cenário político, curiosamente, muitos candidatos parecem adotar uma abordagem completamente diferente. Em vez de focar em propostas e soluções, apostam em atitudes polêmicas, xingamentos e ofensas, acreditando que isso vai conquistar o eleitorado.

Pesquisas indicam que há uma parcela significativa de eleitores que parece aprovar esse tipo de comportamento. Para eles, quanto mais lacração e agressividade, melhor. Mas isso levanta uma questão importante: como esses critérios impactam a qualidade dos representantes eleitos?

ilustração: freepik (reprodução da internet)

Você, eleitor, tem a responsabilidade de escolher quem vai ocupar vagas importantes no poder público, seja como prefeito, vice-prefeito ou vereador. Pense por um momento: se você estivesse contratando alguém para trabalhar diretamente para você, seria essa pessoa que você escolheria? A forma como um candidato se comunica e lida com situações de pressão revela muito sobre seu caráter, postura e competência para assumir uma função pública.

A comunicação é um reflexo dos valores e das prioridades de uma pessoa. Se a forma de se comunicar de um candidato é agressiva e desrespeitosa, isso pode ser um indicativo de como ele lidará com os desafios e conflitos no exercício do cargo público.

Portanto, ao analisar o seu candidato, observe além dos discursos inflamados. Avalie se há coerência entre o que ele diz, o que promete e seu histórico de atuação. Veja se o comportamento dele reflete a postura de alguém em quem você confiaria para tomar decisões em seu nome.

Para identificar se um candidato está prometendo algo que não tem como cumprir, não

basta observar somente a forma como ele se comunica. É importante ter uma visão crítica e se atentar às seguintes questões:

1. Verifique se as propostas são viáveis

Analise se as promessas feitas são realistas dentro das limitações legais, econômicas e administrativas. Propostas grandiosas sem detalhamento de como serão executadas ou financiadas costumam ser sinal de promessas difíceis de cumprir.

Para muitos projetos, é necessário um orçamento significativo. Se o candidato não explica de onde virá o dinheiro ou como vai equilibrar o orçamento, isso pode ser um sinal de promessa difícil de realizar.

2. Conheça as atribuições do cargo

Alguns candidatos prometem ações que não estão dentro da responsabilidade do cargo para o qual estão concorrendo. Por exemplo, um prefeito não tem autonomia para mudar leis federais; um vereador não tem como construir estradas.

3. Analise o histórico e a coerência do candidato

Avaliar o histórico de ações, mandatos anteriores, discursos passados ou sua trajetória profissional pode revelar se ele costuma cumprir o que promete ou se já fez promessas vazias no passado. Outra dica: se o candidato tem um histórico de disseminar desinformação ou notícias falsas, isso pode ser um sinal claro de manipulação, falsidade e falta de coerência.

4. Desconfie de soluções rápidas e fáceis

Problemas complexos, como segurança, saúde e educação, raramente têm soluções rápidas. Propostas que parecem resolver grandes questões de forma imediata podem ser enganosas e apenas ilustrarem um discurso bonito, mas sem ter como ser concretizado. Promessas muito genéricas e sem explicações de como serão realizadas podem ser sinais de que o candidato está “encenando”.

Seja para ocupar o cargo de prefeito ou de vereador, os eleitos em outubro serão pagos com dinheiro público. Eles trabalharão para você, para sua comunidade, e suas ações terão impacto direto na qualidade de vida de todos.

Assim como um bom comunicador precisa fazer perguntas, o eleitor consciente também deve questionar se o candidato é capaz de atender às suas expectativas.

  1. Fofoca: quando a comunicação se torna perigosa

  2. 5 passos para ter autoridade sem ser autoritário

  3. 8 dicas para ter elegância ao se comunicar





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