Conheça cinco medidas para tomar quando a qualidade do ar está ruim


O médico patologista Paulo Saldiva explica que beber água e prestar atenção na cor da urina e da secreção são atitudes fundamentais para se proteger do tempo seco em todo Brasil.

“A poluição do ar deixa poucas alternativas. Vai existir um desconforto maior das pessoas”, afirma o especialista.

Nesta terça-feira (10), as pessoas da cidade de São Paulo continuam respirando o ar mais poluído do mundo, de acordo com a agência suiça IQAir.

Em entrevista à CNN, o professor da Faculdade de Medicina da USP, disse que, infelizmente, por causa das condições climáticas adversas, haverá um aumento na procura por hospitais e na mortalidade.

“Estamos esperando um excesso de quatro a 5 mil mortes na cidade de São Paulo nas próximas duas a três semanas por doenças respiratórias ou cardiovasculares”, afirmou.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de “Perigo” para baixa umidade relativa do ar em oito estados, incluindo São Paulo. A taxa deve variar de 20% a 12%.

O especialista falou sobre algumas ações que podem ajudar na proteção contra o tempo seco. Veja cinco medidas abaixo. 

  • Beber água ou qualquer líquido – além de repor o volume perdido, a água hidrata o pulmão e ajuda o sangue a não se concentrar. “Quando ele fica mais concentrado, pode acontecer um trombo e, se acontecer em um órgão vital, você terá uma complicação”, explica o especialista.
  • Atenção à tosse – se tiver uma tosse prolongada, é importante prestar atenção à cor da secreção corporal. “Se estiver amarela, é bom olhar”, afirma o doutor.
  • Atenção à urina – os rins vão absorver toda água possível. Dessa forma, a urina vai ficar mais concentrada, o que acontece mais com bebês e idosos.
  • Usar colírio – tanto o colírio quanto um soro fisiológico, nos olhos e no nariz, ajudam para “fluidificar a secreção”.
  • Nebulização – assim como as outras medidas, deve ser feita principalmente entre às 10h e 16h, quando a umidade cai muito.

Além da baixa umidade do ar, a fumaça dos incêndios florestais no interior de São Paulo, na região do Pantanal e na Amazônia, podem trazer prejuízos importantes à saúde.

O professor cita os órgãos danificados pela passagem da fumaça: os olhos ardem por uma conjuntivite química, o nariz arde e pode sangrar com uma forte rinite.

Além disso, os pulmões e o coração também sofrem com o tempo seco. “O coração é prejudicado porque o pulmão tem receptores de irritação. Ele sente quando respira algo ruim. Isso acontece através dos nervos e afetam o ritmo cardíaco, reduzindo a passagem de sangue naquele momento”.

Sobre os pulmões, o médico explica que os órgãos se desidratam para condicionar o ar seco que entra no corpo. “Se o ar está a 12% e precisa chegar no fundo do pulmão a 90%, é ele que se desidrata”.

A prevenção à fumaça com o uso de máscara também é importante. Segundo o médico, seria bom usar uma máscara N95 quando estiver na rua, principalmente para pessoas com doenças respiratórias.

Ele explica que máscaras mais finas não funcionam. “As partículas de ar são muito pequenas e atravessam a máscara. É importante ter uma com maior capacidade de retenção”, completa.

O médico ainda afirma que, para bebês e idosos, é importante ter um cuidado especial. “Hidratar o ambiente e prestar atenção, porque o idoso vai quebrando os mecanismos de alerta”.



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