Análise: Sanções contra a Venezuela são como vento em uma rocha


As recentes sanções impostas pelos Estados Unidos contra a Venezuela têm como objetivo desgastar lentamente o governo de Nicolás Maduro, segundo o analista de assuntos internacionais da CNN Lourival Sant’Anna.

Ele explica que essas medidas, anunciadas na quinta-feira (12), fazem parte de uma estratégia de pressão gradual sobre o regime venezuelano.

Lourival ressalta que as sanções, por si só, não têm o poder de provocar mudanças imediatas no comportamento de Maduro. “As sanções não têm esse poder, até porque elas são furadas, elas são violadas. Outros países dão válvulas de escape para a Venezuela, como o Brasil, a Colômbia, a China, a Rússia, o Irã”, afirmou o analista.

O especialista destaca que o regime de Maduro vem sendo construído há 25 anos e seu desmonte levará tempo considerável. Um dos principais obstáculos é o controle que o governo exerce sobre as forças armadas, detendo o monopólio da força no país.

“É um regime que capturou as forças armadas. Os venezuelanos são um povo pacífico, não desejam mais derramamento de sangue além do que já aconteceu, com centenas de pessoas mortas pelo regime nas manifestações que são duramente reprimidas”, explica Lourival.

Estratégia de desgaste gradual

Diante deste cenário, a comunidade internacional optou por uma abordagem de desgaste lento e contínuo. Lourival compara essa estratégia ao efeito do vento sobre uma rocha: “É como se fosse uma rocha e o vento vai desgastando lentamente. Então demora muito realmente, mas é preciso fazer, caso contrário, vai demorar mais tempo ainda e o regime vai agir com mais liberdade”.

As sanções recentes incluem o congelamento de ativos e restrições de visto para pessoas ligadas ao regime que contribuíram para a fraude eleitoral.

Embora possam parecer medidas brandas, Lourival argumenta que elas têm um impacto significativo na elite venezuelana: “Parece pouco, mas para a elite venezuelana é duro não poder ir comprar iPhones de última geração, fazer compras, passear, gastar e ir nos restaurantes de Nova York”.

Evitando o agravamento da crise humanitária

O analista também aborda a questão das sanções econômicas mais amplas, alertando para os riscos de agravar o sofrimento da população venezuelana. Citando o exemplo de Cuba, ele argumenta que sanções econômicas severas poderiam ser contraproducentes, fornecendo ao regime de Maduro uma justificativa para os problemas econômicos do país.

“Cuba está sob sanções americanas, sob o embargo americano desde os anos 60, e o regime está lá de pé e usa esse embargo para explicar a total disfuncionalidade da economia cubana”, exemplifica o analista, ressaltando que os verdadeiros problemas econômicos tanto de Cuba quanto da Venezuela estão mais relacionados ao modelo econômico dirigista estatal do que às sanções internacionais.

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