Ucrânia nega vínculos com suspeito de aparente tentativa de assassinato contra Trump

CNN Brasil


A Ucrânia negou nesta segunda-feira (16) ter ligações com o suspeito da aparente tentativa de assassinato contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após surgir a informação de que ele era um apoiador do país europeu.

Trump estava seguro no domingo (15), depois que o Serviço Secreto deteve um homem armado que havia levado um rifle para o campo de golfe de Trump.

Entrevistas na imprensa e publicações em redes sociais mostraram que o suspeito, Ryan Routh, de 58 anos, era um firme defensor da Ucrânia que havia viajado para o país europeu após a invasão russa em 2022.

Autoridades ucranianas disseram que não têm ligação com ele e acusaram Moscou de aproveitar o elo para fins de propaganda. O Kremlin, por sua vez, insinuou que havia uma ligação entre a aparente tentativa de assassinato e o apoio dos EUA a Kiev, dizendo que “brincar com fogo tem suas consequências”.

O aparente atentado contra Trump ocorreu apenas dois meses depois de ele ter sido atingido de raspão na orelha direita quando um homem disparou contra ele em um comício de campanha. O atirador foi morto em um tiroteio com agentes de segurança.

Os dois incidentes destacam o desafio de manter os candidatos presidenciais seguros em uma campanha disputada, faltando pouco mais de sete semanas para a eleição de 5 de novembro.

“Gostaria de agradecer a todos por sua preocupação e votos de saúde — foi certamente um dia interessante!”, disse Trump nas redes sociais na noite de domingo, agradecendo ao Serviço Secreto e à polícia por mantê-lo seguro.

A oponente eleitoral de Trump, a vice-presidente Kamala Harris, disse no X: “A violência não tem lugar na América”.

O presidente americano, Joe Biden, orientou sua equipe a garantir que o Serviço Secreto tenha os recursos necessários para garantir a segurança de Trump.

Apoiador da Ucrânia

Ryan Wesley Routh participa de um comício para pedir que líderes estrangeiros e organizações internacionais ajudem a fornecer corredores humanitários para a retirada de civis e militares ucranianos de Mariupol, Ucrânia, em 27 de abril de 2022.
Ryan Wesley Routh participa de um comício para pedir que líderes estrangeiros e organizações internacionais ajudem a fornecer corredores humanitários para a retirada de civis e militares ucranianos de Mariupol, Ucrânia, em 27 de abril de 2022. • Reprodução

Evidências do apoio de Routh à Ucrânia surgiram rapidamente após o incidente de domingo, incluindo imagens dele em 2022 falando à Newsweek Romênia em Kiev, onde ele havia montado uma tenda com bandeiras de países representando voluntários que morreram na Ucrânia.

Ele disse que seu objetivo era ajudar a recrutar combatentes estrangeiros, tendo sido rejeitado por ser velho demais para se voluntariar.

“Muitos dos outros conflitos são cinzentos, mas esse conflito é definitivamente preto e branco. Trata-se do bem contra o mal”, disse Routh, demonstrando emoção enquanto pedia ajuda à câmera usando uma camisa com símbolos da bandeira americana.

“Se os governos não enviarem seus militares oficiais, então nós, civis, temos que pegar a tocha.”, acrescentou.

Autoridades ucranianas disseram que não têm ligação com ele.

Routh “nunca fez parte, esteve associado ou vinculado à Legião Internacional em qualquer capacidade”, disse a unidade, que inclui voluntários estrangeiros para as forças ucraniana, à Reuters.

Uma autoridade da legião afirmou à CNN que Routh havia enviado e-mails oferecendo-se para recrutar voluntários estrangeiros, mas os militares ucranianos acharam que ele estava “delirando” e não levaram as ofertas a sério.

“Nós nem sequer respondemos. Não havia nada para responder. Ele nunca fez parte da Legião e não cooperou conosco de forma alguma”, disse Oleksandr Shaguri, um oficial do Departamento de Coordenação de Estrangeiros do Comando das Forças Terrestres, à CNN.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que estava feliz por saber que Trump estava a salvo e que não havia lugar para a violência na política em nenhum lugar.

Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, pareceu vincular a aparente tentativa ao apoio de Washington à Ucrânia.

“Não somos nós que deveríamos estar pensando, são os serviços de inteligência dos EUA que deveriam estar pensando. De qualquer forma, brincar com fogo tem suas consequências”, disse Peskov ao ser questionado sobre a aparente tentativa de assassinato.

O chefe do Centro de Combate à Desinformação da Ucrânia, Andriy Kovalenko, disse que Moscou está “usando outra tentativa de assassinato de Trump contra a Ucrânia no campo da informação”.

“O inimigo lançará uma série de teorias da conspiração sobre o ‘rastro ucraniano’. É claro que tudo isso é uma mentira.”



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