Autoridades israelenses notificaram os Estados Unidos de que o país realizaria uma operação no Líbano na terça-feira (17), mas não deram detalhes sobre o que estavam planejando, de acordo com três fontes.
As fontes também estavam inteiradas sobre uma ligação entre o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, na manhã de terça.
A notificação de Israel foi genérica e vaga, deixando as autoridades dos EUA com dúvidas sobre o que a operação poderia ser.
A CNN apurou que Israel está por trás do ataque de terça, que aumentou ainda mais a tensão na região. Essa foi uma operação conjunta entre o serviço de inteligência de Israel, o Mossad, e o Exército israelense.
O governo libanês classificou o ataque como “agressão israelense criminosa”.
Nesta quarta-feira (18), walkie-talkies explodiram no Líbano. Não está claro quem foi o responsável ou se os EUA foram notificados de um possível segundo ataque.
Explosões surpreenderam diplomatas
As explosões de terça-feira ocorreram enquanto o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viajava de Washington para o Cairo, surpreendendo diplomatas americanos, que assistiam às últimas notícias em tempo real em seus aviões.
Essa não foi a primeira vez que Israel agiu na mesma época em que Blinken estava no Oriente Médio, mas essa ação específica desencadeou preocupações sobre a escalada regional que os EUA tentam evitar.
O principal diplomata americano pontuou que os EUA “não sabiam nem estavam envolvidos nesses incidentes”.
O embaixador do Irã no Líbano ficou ferido após a explosão dos pagers, de acordo com a mídia estatal iraniana, e os Estados Unidos comunicaram o país do Oriente Médio por meio de um “canal secundário” que não estavam envolvidos no ataque e que não deveriam escalar a situação, afirmou uma autoridade americana à CNN.
Ao longo da guerra de quase um ano na Faixa de Gaza, os EUA têm enviado mensagens indiretas ao Irã para que a situação na região não piore.
Reação das autoridades americanas
O Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, falaram uma segunda vez na terça-feira, depois que ficou claro que integrantes do Hezbollah foram feridos pelos pagers explosivos.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, pontuou que “os EUA não estavam envolvidos” e “não estavam cientes deste incidente de que centenas de pagers iriam explodir no Líbano”.
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel tem realizado ataques no Líbano regularmente em resposta ao lançamento de drones e mísseis do Hezbollah.
Israel também tem como alvo autoridades seniores do Hamas no Líbano. A amplitude das operações israelenses na área aumentou nos últimos meses.
*Jennifer Hansler, da CNN, contribuiu com a reportagem