O rompimento da barragem localizada no loteamento Nasa Park, entre Jaraguari e Campo Grande, completou um mês nesta sexta-feira (20). Com casas destruídas pela enxurrada, moradores da região ainda tentam se recuperar da tragédia.
Na manhã do dia 20 de agosto de 2024, a barragem rompeu e despejou quase 700 milhões de litros de água. A lama despejada destruiu casas, arrastou carros e deixou um rastro por onde passou.
O MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) afirma que 13 famílias foram atingidas pelo rompimento da barragem.
Luiza e a família dela perderam a casa, o carro, a criação de porcos, a horta e o sustento com os estragos causados pelo rompimento.
Desde o dia do rompimento, Luiza não voltou mais para casa. Como ela ficou muito abalada emocionalmente com o que aconteceu, ela não consegue entrar no local.
Enquanto Luiza não tem coragem nem de olhar pro que sobrou de mais de 30 anos de trabalho, ela agora vive na casa de um dos filhos e na expectativa de reparação.
A lama da barragem invadiu a casa e destruiu quase tudo, incluindo os itens da cozinha e do quarto de Luiza. Atualmente, a varanda da casa ainda possui lama acumulada.
A estrutura da BR-163 também foi destruída por detritos arrastados pela água da barragem. Parte do aterro foi levado pela enxurrada e uma cratera se abriu na pista sentido Jaraguari.
O trânsito ficou interditado por 10 dias com sistema pare e siga durante as obras de recuperação. A Polícia Rodoviária Federal chegou a indicar um desvio. Durante a fase inicial das obras de recuperação mais de 100 homens trabalharam na pista.
Agora, a pista já está totalmente liberada, no entanto nas margens ainda é possível ver a destruição.
A água da barragem também atingiu áreas de preservação permanente e causou sérios danos à biodiversidade da região.
Um laudo técnico do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), aponta que foram encontrados sedimentos nas águas do córrego estaca que passa aqui ao lado depois do desastre.
A Justiça de Mato Grosso do Sul acatou pedido do Ministério Público e decidiu pela tutela antecipada em caráter antecedente que prevê bloqueio no valor de R$ 35 milhões das empresas responsáveis pela represa do loteamento Nasa Park. A medida é uma forma de garantir recursos para recuperação de danos.