Estamos diante de um mundo em que o Estado não tem tanta força, diz especialista à CNN

CNN Brasil


Em uma análise sobre as mudanças geopolíticas globais, o coordenador de Estratégia Internacional da DSI-USP, Alberto Pfeifer, destaca a diminuição da força dos Estados nacionais no cenário mundial atual.

Pfeifer argumenta que estamos testemunhando o fim da ordem estabelecida após a Segunda Guerra Mundial, marcada pelo multilateralismo e pela polarização da Guerra Fria.

Segundo o especialista, a expressão “inflection point” (ponto de inflexão) usada pelo presidente americano, Joe Biden, indica uma mudança de padrão sem volta.

“Nós estamos diante de um mundo em que o Estado nacional já não tem tanta força como tinha no imediato pós-Segunda Guerra Mundial”, afirma Pfeifer.

Ineficácia das instituições internacionais

O coordenador ressalta que as instituições criadas no pós-guerra, como a ONU, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio, perderam eficácia e eficiência econômica.

Ele argumenta que esses instrumentos “não têm mais a mesma incidência” no cenário global atual.

Pfeifer aponta para um novo arranjo mundial, ainda incerto, influenciado pela contestação hegemônica por parte da China e da Rússia.

Este novo cenário é caracterizado por relações interdependentes do ponto de vista econômico e político, mas também permeadas pela variável estratégica militar.

Desafios globais e a busca por soluções

O especialista destaca que questões planetárias como pandemias, aquecimento global e mudanças climáticas são desafios comuns que encontram pouca eficácia nas atuais arenas de discussão e ação.

Isso reflete a necessidade de novas abordagens para lidar com problemas globais em um mundo onde o poder está cada vez mais distribuído entre diversos atores, incluindo corporações transnacionais e potências emergentes.

A análise de Pfeifer sugere que o mundo está entrando em uma nova era de relações internacionais, onde a cooperação e a busca por soluções globais terão que se adaptar a uma realidade mais complexa e menos centralizada nos tradicionais poderes estatais.

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