Com a iminência da reabertura do aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, para voos nacionais em 21 de outubro e internacionais em 16 de dezembro, a expectativa dos governos federal e estadual é que o turismo seja um dos principais propulsores do reaquecimento da economia do Rio Grande do Sul, após as graves inundações de abril.
O estado foi o destino escolhido para ser o foco brasileiro na Feira Internacional de Turismo, inaugurada neste sábado (28), em Buenos Aires, e que tem o Brasil como país convidado. “Logo após a tragédia no estado, elegemos o Rio Grande do Sul como principal homenageado, a nossa ponta de gôndola”, disse à CNN o ministro do Turismo Celso Sabino.
O ministro esteve na capital argentina neste sábado, acompanhado pelo presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e pelo secretário de Turismo do Rio Grande do Sul, Ronaldo Santini.
Com a reabertura do aeroporto e a retomada do fluxo de visitantes na Serra Gaúcha, um dos principais atrativos do estado, o ministro disse esperar que o turismo seja “a principal locomotiva” da recuperação econômica do Rio Grande do Sul.
“Queremos que o Rio Grande do Sul seja visto já como um estado reconstruído, um estado conectado, com equipamentos turísticos já aptos, prontos, para receber o turista”, explicou o secretário de Turismo do estado, Ronaldo Santini.
A promoção no exterior neste momento, de acordo com o secretário, considera o tempo de programação necessário para organizar uma viagem internacional e a confiança que o cliente precisa ter para escolher um destino. “A maioria das cidades já está conectada, com vias alternativas, estradas recompostas”, garantiu.
Questionado pela CNN sobre a infraestrutura no estado, ele afirma que Gramado, Canela, a região das Hortênsias e o litoral como “prontos, recuperados, sem problemas de conectividade”. No Vale do Taquari, intensamente atingido, ainda há pontes a serem reconstruídas, mas segundo ele, “já há rotas alternativas, outros caminhos que levam a esse destino”.
Bento Gonçalves e Veranópolis, na Serra Gaúcha, região fortemente afetada pelas inundações, estão, segundo ele, em “processo de recuperação, de reconstrução de acesso”. “Tem vias que passam ora no sentido de ida, ora de vinda. Já não tem interrupção, impossibilidade de chegar”, disse, reconhecendo que ainda “há uma certa dificuldade” para a conectividade destas cidades.
Santini acredita que a reabertura dos voos será um “divisor de águas” para a economia do estado, principalmente em pontos turísticos que recebem visitantes de fora, como Gramado e Canela. “Essa abertura muda a característica do cliente, muda o ticket [gasto] do cliente e a reabertura vai novamente reaquecer a economia de todos lá”, afirmou.
A abertura da pista do Salgado Filho não será, no entanto, na mesma capacidade anterior à tragédia. “Gradativamente ela vai sendo testada e ampliada conforme a segurança, que é tão importante nas questões aéreas, especialmente aeroportuárias. É um período de adaptação, de retomada. Não com a mesma intensidade, mas certamente esta será atingida”, pontuou.