A tensão entre Israel e Líbano atingiu níveis alarmantes nas últimas duas semanas, superando os números do conflito de 2006. Segundo o analista sênior da CNN, Américo Martins, o número de mortos no Líbano já ultrapassou o registrado durante os bombardeios israelenses de 17 anos atrás.
A escalada do conflito tem causado um impacto devastador na população civil libanesa. Mais de um milhão de civis foram deslocados, muitos deles dormindo nas ruas de Beirute sem qualquer abrigo. A capital libanesa, que antes era considerada relativamente segura, agora também está sob ataque, inclusive em áreas fora do domínio do Hezbollah.
Expansão dos ataques e comparação com Gaza
Israel tem ampliado seus alvos, bombardeando posições não diretamente relacionadas ao Hezbollah. Essa estratégia tem gerado uma sensação de insegurança generalizada no Líbano, com a população civil temendo que não haja mais lugares seguros no país.
O cenário atual no Líbano apresenta semelhanças preocupantes com o que ocorreu na Faixa de Gaza. Inicialmente, Israel realizou bombardeios aéreos contra posições do Hamas, grupo responsável pelos ataques de 7 de outubro. Posteriormente, uma invasão terrestre foi iniciada, resultando em extensa devastação do território.
Operação terrestre e perspectivas futuras
Israel já convocou uma unidade adicional de cerca de 10 mil homens para participar da invasão no sul do Líbano. O objetivo declarado é destruir as capacidades militares do Hezbollah, um grupo considerado ainda mais forte que o Hamas.
O Hezbollah, conhecido por sua eficácia em combates terrestres, já se engajou com o exército israelense, resultando na morte de oito soldados israelenses. Essa resistência indica a possibilidade de um conflito prolongado e com um número ainda maior de baixas de ambos os lados.
A situação é agravada pelo recente ataque do Irã a Israel, com o lançamento de aproximadamente 200 mísseis balísticos e de cruzeiro contra o território israelense. Espera-se uma retaliação de Israel nos próximos dias, ampliando ainda mais o conflito no Oriente Médio.
Diante desse cenário de escalada, o governo brasileiro mantém um avião em Lisboa, aguardando autorização para pousar em Beirute e repatriar um primeiro grupo de brasileiros que desejam deixar o Líbano. Estima-se que cerca de 20 mil brasileiros estejam no país, com alguns já manifestando interesse em sair da região devido à crescente instabilidade.