Macron defende embargo de vendas de armas usadas em Gaza


O presidente da França, Emmanuel Macron, disse neste sábado (5) que os envios de armas usadas no conflito em Gaza devem ser interrompidos como parte de um esforço mais amplo para encontrar uma solução política para a guerra no enclave.

A França não é um grande fornecedor de armas para Israel, enviando equipamentos militares no valor de US$ 33 milhões no ano passado, de acordo com o relatório anual de exportações de armas do Ministério da Defesa.

“Acho que a prioridade hoje é voltar a uma solução política (e) que as armas usadas para lutar em Gaza sejam interrompidas. A França não envia nenhuma”, disse Macron à rádio France Inter.

“Nossa prioridade agora é evitar a escalada. O povo libanês não deve ser sacrificado, o Líbano não pode se tornar outra Gaza“, ele acrescentou.

Os comentários de Macron ocorrem no momento em que seu ministro das Relações Exteriores, Jean-Noel Barrot, está em uma viagem de quatro dias ao Oriente Médio, que termina nesta segunda-feira (7) em Israel, enquanto Paris tenta desempenhar um papel na retomada dos esforços diplomáticos.

Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio

O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.

São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.

Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.

O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.

As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.

Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim do conflito. Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.

Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.

Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.

O que se sabe sobre o ataque do Irã contra Israel



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