Mulheres no poder! Adriane Lopes (Progressistas) e Rose Modesto (União) disputam o 2º turno das eleições municipais em Campo Grande. A capital sul-mato-grossense é a única entre todas as capitais do Brasil com um cenário 100% feminino.
Outras seis capitais também terão mulheres no segundo turno. Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Aracaju (SE), Natal (RN), Palmas (TO) e Porto Velho (RO) terão uma mulher na disputa pelo Executivo Municipal.
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De olho no horizonte
Conforme apurado pelo Primeira Página, as duas candidatas desejam passar o máximo de tempo nas ruas durante os próximos dias de 2º turno. Rose e Adriane querem visitar o maior número de bairros possível e buscar o contato face a face com os eleitores.
Na fala das duas candidatas durante campanha, Rose se apresenta como uma “proposta de mudança”. Adriane reafirma a “continuidade do trabalho que deu certo”. A política do União luta pela oportunidade de assumir o Executivo Municipal pela primeira vez, enquanto a candidata do Progressistas utiliza seu discurso para se manter no poder.
Ambas alinhadas às pautas da direita, as candidatas tentam, agora, convencer outra parcela do eleitorado campo-grandense. Adriane Lopes conquistou 140.913 votos, correspondendo a 31,67% dos votos válidos (dados para todos os candidatos). Rose Modesto obteve 131.525 votos, ou 29,56%.
Entre as seis Zonas Eleitorais de Campo Grande, Adriane Lopes venceu em cinco locais. Rose foi líder apenas em uma, na região norte da cidade.
De olho no retrovisor
Adriane no 1º turno: a candidata do Progressistas teve como principal tutora, mentora e guia política a senadora por Mato Grosso do Sul e correligionária Tereza Cristina. Vale frisar que Adriane Lopes é a atual prefeita de Campo Grande. Com inúmeras obras nas ruas, em escolas e espaços públicos, a candidata fez questão de carimbar na consciência do eleitor os trabalhos realizados pela cidade.
“A mulher da bota” – modelo de sapato utilizado como símbolo de campanha – buscou apoio de líderes religiosos, especificamente evangélicos, professores e entidades ligadas à saúde pública. Ao longo do 1º turno, a candidata esteve “embolada” nas pesquisas eleitorais entre os três primeiros lugares.
No domingo (6), Adriane liderou a apuração dos votos desde a primeira parcial. Tanto ela quanto Rose usam o discurso feminino para exaltar a força das mulheres na política.
“Com pés no chão, trabalhando, convidando mais pessoas para o nosso projeto e levando a proposta de avanços para Campo Grande, como nós iniciamos há dois anos. Agora, com mais tempo de TV, vamos ter a oportunidade de apresentar a mais pessoas, para que elas possam se juntar a nós nesse grande desafio”.
Adriane Lopes.
Rose no 1º turno: a candidata do União não teve o apoio político de nenhum “figurão”. Contudo, em relação ao dinheiro do Fundo Partidário, a campanha de Rose Modesto foi a mais beneficiada entre os políticos na disputa.
Rose se esquivou da figura política que construiu ao longo dos anos durante a campanha do 1º turno. Deputada, vereadora e à frente de cargos importantes no governo federal, a professora se mostrou preparada ao questionar os adversários com dados específicos, da saúde ao transporte coletivo. A candidata usou sua expertise, contato com o povo e o fôlego de estar à frente em várias pesquisas eleitorais para se apresentar como a candidata que assumiria a liderança nas urnas.
Porém, essa liderança nas parciais não se concretizou. Rose também comemorou com apoiadores e eleitores no comitê do partido.
“Vou buscar dialogar com todos os eleitores dos candidatos que não chegaram ao segundo turno, apresentando para eles que o nosso projeto é o melhor para Campo Grande. É um projeto que representa experiência por toda minha trajetória, e que representa mudança, que Campo Grande está esperando. Então, estrategicamente, nós vamos atrás desses eleitores e dialogar com todos, mostrando que o nosso projeto é o melhor para a cidade”.
Rose Modesto
