Rio Paraguai atinge menor nível da história em meio a seca no Pantanal


A principal bacia do Pantanal está desaparecendo. Nesta terça-feira (8), o Rio Paraguai, em Ladário (MS), chegou a -62 centímetros. Os dados negativos indicam a maior seca já registrada na história do bioma pantaneiro, na região de Mato Grosso do Sul.

Cervo no meio do Rio Paraguai seco. Imagem: Saul Schramm

Os dados são do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), com base no banco de informações do Sistema HIDRO, mantido pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).

A medição desta terça indica o pior momento para o afluente desde 1964, quando o rio atingiu a marca de -61 cm. Segundo informações da ANA, o marco histórico foi registrado exatamente às 11h30 desta terça.

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⚠️ Ao longo de 2.695 quilômetros, dos quais 1.693 km ficam no território brasileiro, existem 21 réguas que medem o nível do Rio Paraguai. Os três pontos com medições negativas estão em Mato Grosso do Sul: Ladário, Porto Esperança e Forte Coimbra.

🔎 O Rio Paraguai também passa pela Bolívia, Paraguai e deságua na Argentina. É o principal rio do Pantanal, abrangendo 48% no estado do Mato Grosso e 52% do Mato Grosso do Sul, atravessando os biomas Cerrado, Pantanal e o Chaco, considerado um bioma paraguaio semelhante ao Pantanal.

Segundo dados disponibilizados pelo Imasul, o Rio Paraguai tem apresentado quedas diárias de 1 a 2 centímetros. No início de setembro, especialistas do SGB (Serviço Geológico Brasileiro) já haviam alertado para a seca severa e a possibilidade de que os dados históricos fossem superados. A previsão se concretizou.

Pantanal e a seca extrema

Diante da falta de água, a navegabilidade e a própria existência do Pantanal ficam comprometidas. O bioma existe devido à presença da água. Com a seca extrema, animais têm mudado fluxos migratório e o solo tem se tornado cada vez mais árido.

Os transportes de ferro, soja e outros itens de exportação pela hidrovia estão comprometidos. Setores de pesca e turismo também sofrem com a seca.

Além das perdas para o meio ambiente, a escassez do rio já afeta outros setores da sociedade. A ANA listou os problemas ocasionados pelo baixo nível:

  • Impactos no uso da água, especialmente em captações para abastecimento, como em Cuiabá (MT) e Corumbá (MS);
  • Impedimentos na navegação;
  • Baixos aproveitamentos hidrelétricos a fio d’água (neles, as vazões que chegam são praticamente iguais às que saem dos reservatórios);
  • Dificuldades para atividades de pesca, turismo e lazer.

Cota zero

Apesar de estar abaixo da cota zero, o Rio Paraguai não está completamente seco. Técnicos do Imasul explicam que, em Ladário, o rio mantém aproximadamente 5 metros de profundidade devido às características geológicas da região, que criam um canal natural no leito. Esse canal preserva um volume de água suficiente para garantir um nível mínimo de navegabilidade, mesmo em tempos de seca extrema.

A cota zero é uma referência histórica que marca um ponto crítico de profundidade, mas isso não significa ausência total de água.

“O baixo nível do Rio Paraguai impacta diretamente a vida das comunidades e as atividades econômicas, como turismo e pesca. O Imasul está mobilizado para acompanhar a situação de perto e repassar informações precisas”, afirmou André Borges, diretor-presidente do Imasul.





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