Considerado um dos maiores nomes da publicidade no Brasil, sendo um dos mais premiados em mais de 50 anos de carreira, o publicitário Washington Olivetto morreu nesse domingo (13), no Rio de Janeiro, aos 73 anos, devido a um quadro de pneumonia.
Havia quatro meses que Olivetto estava internado no Hospital. Segundo a assessoria do publicitário, ele também teve um choque séptico, que provocou a falência múltipla dos órgãos.
Carreira
Nascido em São Paulo, Washington Olivetto estudou publicidade e logo aos 18 anos já trabalhava como redator. Durante a carreira conquistou mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes. Famoso por criar peças que ficaram no imaginário dos brasileiros, Olivetto foi vice-presidente do Corinthians e criou o movimento “Democracia Corinthiana” em 1981.
Foi ele quem produziu os únicos dois comerciais brasileiros presentes na lista dos 100 maiores do mundo de todos os tempos, sendo eleito também por duas vezes pela ALAP (Associação Latino-Americana de Publicidade), o publicitário do século.
Sequestro
Em 2001 foi vitima de sequestro em São Paulo. Ficou três meses em cativeiro. Uma estudante escutou barulho que Olivetto fazia com a ajuda de um estetoscópio. A estudante acionou a polícia, que resgatou o publicitário.
Personalidades lamentam
Várias personalidades lamentaram a morte do publicitário.
Presidente da República – Luiz Inácio Lula da Silva
“Aos 73 anos, nos despedimos do publicitário Washington Olivetto, talvez o mais célebre nome da nossa propaganda.
Criador de grandes campanhas da televisão brasileira, Olivetto ganhou mais de 50 prêmios no Festival de Publicidade de Cannes e ficou conhecido como a mente por trás da propaganda do “Garoto Bombril”, um personagem clássico que moldou a publicidade desde a década de 70.
Sua participação em empresas foi tão famosa que virou até música, a “W/Brasil” de Jorge Ben Jor. Também foi colunista, escrevendo artigos na imprensa brasileira por anos.
Washington Olivetto foi ainda vice-presidente do Corinthians, ajudando a fundar a Democracia Corinthiana ao lado de grandes nomes como Sócrates e Casagrande, durante a ditadura militar.
Meus sentimentos à família, amigos, colegas de profissão e admiradores.”
Lulu Santos, cantor e compositor
“Conheci Washington Olivetto há mais de 40 anos e, ao longo do tempo, nos tornamos amigos, grandes amigos, praticamente familiares. Durante esses mais de 40 anos, sempre saí de todos os nossos encontros e incontáveis conversas, sobre qualquer assunto, com a sensação de ter aprendido algo novo ou adquirido uma nova perspectiva sobre a vida, as pessoas e os fatos. Uma troca valiosa”, disse o cantor e compositor”
Nizan Guanaes, publicitário e empresário
“O Washington Olivetto não é um dos maiores nomes da publicidade brasileira. Ele é o maior nome da publicidade brasileira”.
“O Olivetto era uma metralhadora de boas ideias. Ele era uma figura espetacular”, acrescentou Nizan, um dos cinco brasileiros mais influentes do mundo segundo o jornal Financial Times, e está entre as 100 pessoas mais criativas do mundo dos negócios pela revista especializada em business e tecnologia Fast Company”