O Irã negou envolvimento no lançamento de um drone contra a casa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Cesareia, no norte de Israel, neste sábado (19). Questionado sobre o assunto, o país respondeu que a ação foi “realizada pelo Hezbollah no Líbano”.
Netanyahu havia dito anteriormente que “agentes do Irã” estavam por trás do ataque e “pagariam um preço alto”.
Mas a missão permanente iraniana nas Nações Unidas negou a acusação, dizendo que o Irã “já tinha respondido ao regime israelense”, segundo a agência de notícias estatal IRNA.
O Hezbollah, que é apoiado por Teerã, não assumiu a responsabilidade.
Segundo porta-voz de Israel, o premiê não estava pelas proximidades. Não houve relato de feridos, de acordo com o serviço de ambulância israelense, e a polícia disse que explosões foram ouvidas em Cesareia, cidade costeira onde Netanyahu tem uma casa de veraneio.
O primeiro-ministro israelense acusou o Hezbollah, grupo próximo ao Irã, de tentar assassiná-lo e à sua esposa neste sábado (19), chamando a tentativa de “um erro grave”.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
Com informações da CNN e da Reuters