Um hospital de Rondonópolis foi condenado a indenizar em R$ 100 mil dois homens que foram trocados na maternidade em 1995. A decisão saiu na última sexta-feira (25), pela Primeira Câmara de Direito Privado do TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso).
No processo, não tem a comprovação de como foi a falha na prestação do serviço na maternidade, mas tem a conclusão de que a troca foi feita durante o banho, que era realizado de forma coletiva pelas enfermeiras.
Um dos rapazes nasceu no dia 13 de fevereiro às 19h50, não há informação de que foi liberado no mesmo dia ou quando foi o banho. Já o outro, nasceu em 14 de fevereiro de 1995 às 6h25, então se pressupõe que estavam no mesmo dia no hospital.
As famílias entraram na justiça com pedido de indenização pela falha cometida, que afetou tanto aos filhos quanto aos pais, com consequências psicológicas a todos.
Atualmente, eles estão com 29 anos e descobriram o ocorrido aos 15.
Saiba sobre caso
Tudo começou durante uma brincadeira entre irmãos, que mudou totalmente a história de Wandré Pohl Moreira de Castilho, em 2010.
Wandré contou que irmão fez uma provocação a ele, dizendo para pedir ao pai que fizessem teste de DNA. “Fiquei bem chateado, aí cheguei no meu pai e falei para fazermos o exame. O meu pai olhou para mim e disse: – vamos meu filho, fazer sim.”
Em julho daquele ano, os pais realizaram o exame e saiu o resultado, que confirmava que Wandré não era filho de Gislene Diogo da Silva e Sival Pohl Moreira de Castilho.
Depois do resultado negativo, a família decidiu entrar na Justiça para descobrir o que aconteceu. Diversos exames foram feitos em outros jovens nascidos na mesma data, mas 8 anos depois do início do processo ainda não havia respostas.
Foi quando, em 2018, Gislene decidiu fazer uma publicação em uma rede social para expor o caso e tentar que outra pessoa nascida no mesmo dia e hospital pudesse entrar em contato.
Pouco mais de um mês da mensagem postada, em 5 de outubro do mesmo ano, a família conseguiu localizar os pais biológicos de Wandré, e Leonardo dos Anjos, filho biológico de Gislene.
Após as investigações, a Polícia civil e a Justiça descobriram que meninos haviam sido trocados na maternidade da Santa Casa de Misericórdia do município.
O Primeira Página entrou em contato com o jurídico do Santa Casa, que responderam que, em breve, vai encaminhar as informações técnicas sobre o caso. Cada um dos rapazes deve receber R$ 100 mil de indenização.