Análise: Kamala pode se beneficiar de política industrial de Biden no Michigan


Durante o CNN 360° desta sexta-feira (1º), a analista internacional Fernanda Magnotta comentou sobre uma recente pesquisa do instituto Ideia que mostra um empate técnico nas intenções de voto para as eleições presidenciais no estado-pêndulo de Michigan.

Segundo o levantamento, a candidata democrata Kamala Harris lidera com 48% das intenções de voto, contra 46% de Donald Trump.

Michigan, parte do chamado “Cinturão da Ferrugem”, é considerado um estado crucial para as eleições americanas.

Magnotta destacou a importância histórica e econômica da região: “Detroit acabou virando meio que um emblema da decadência industrial norte-americana, inclusive, não à toa tem sido palco de muitos eventos republicanos desde 2016”.

Política industrial como trunfo democrata

A analista ressaltou que a campanha de Kamala Harris pode se beneficiar de uma “herança” do governo Biden no estado.

“Joe Biden, ciente dessa vulnerabilidade, não só do ponto de vista da vida desses cidadãos, mas também do ponto de vista eleitoral, ele aprovou agora no seu governo um ato executivo que versa sobre justamente política industrial e que afeta muito as cadeias de suprimentos”, explicou Magnotta.

Essa iniciativa tem causado impacto positivo no meio empresarial, com a percepção de que a política industrial, embora não seja suficiente para resolver todos os problemas, veio em boa hora.

Por outro lado, a campanha de Trump critica ferozmente essa medida, argumentando que não é papel do Estado e que o ex-presidente faria de forma mais eficiente.

Mobilização feminina e a questão do aborto

Outro ponto destacado por Magnotta é a significativa mobilização das mulheres nesta eleição. “As mulheres nessa eleição estão bastante mobilizadas, mais do que a média histórica, inclusive é esperado que a conversão de votos seja superior à das últimas eleições”, afirmou a analista.

A questão do aborto emerge como um tema central, sensibilizando especialmente o eleitorado feminino e representando um ponto de rejeição à campanha de Trump.

Magnotta ressaltou: “A própria Kamala falou aqui em Washington essa semana, e ela disse isso publicamente, que não tem a ver com convicções pessoais e nem religiosas, tem a ver com o papel que o governo deve ou não ocupar”.

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