A Rússia está por trás de pacotes explosivos enviados da Lituânia para países europeus, disse um conselheiro presidencial lituano nesta terça-feira (5), em meio ao alerta entre os países da Otan de que a sabotagem organizada por Moscou quase causou um desastre aéreo.
Governos ocidentais e agências de inteligência na Europa já apontaram Moscou como a fonte de uma série de incêndios e atos de sabotagem na Europa com o objetivo de desestabilizar aliados da Ucrânia.
O diário polonês Gazeta Wyborcza relatou em outubro que pacotes explosivos que causaram incêndios em depósitos de correio no Reino Unido, Alemanha e Polônia em julho se originaram na Lituânia.
O Reino Unido e a Alemanha têm investigado pacotes que pegaram fogo em depósitos em Birmingham e Leipzig, com Berlim dizendo que um acidente de avião foi evitado por pouco quando um pacote de carga aérea pegou fogo.
“Estamos dizendo aos nossos aliados que não é aleatório, é parte de operações militares”, disse Kestutis Budrys, um conselheiro do presidente lituano, Gitanas Nauseda, à rádio Ziniu nesta terça.
“Precisamos neutralizar e detê-lo na fonte, e a fonte é a inteligência militar da Rússia”, disse ele.
Os comentários de Budrys foram a primeira vez que um oficial lituano apontou o dedo para a inteligência militar russa por um ato específico de sabotagem.
A Reuters não conseguiu entrar em contato com Budrys para comentar por telefone. O governo russo não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Gazeta Wyborcza relatou que um pacote causou um incêndio em um caminhão em um local pertencente a uma empresa de courier perto de Varsóvia.
A Polônia disse em outubro que havia detido quatro pessoas em uma investigação sobre pacotes explosivos sendo enviados por correio para países da União Europeia e Reino Unido como parte de um plano que visava, em última análise, enviar tais pacotes para os Estados Unidos e Canadá.
A Polônia também fechou o consulado russo na cidade ocidental de Poznan devido a suspeitas de tentativas russas de sabotagem.
O diretor-geral do Serviço de Segurança (MI5) do Reino Unido, Ken McCallum, disse em outubro que o serviço de inteligência militar GRU da Rússia estava tentando causar “caos” no Reino Unido e na Europa.