O Tribunal do Júri da Comarca de Várzea Grande condenou por homicídio duplamente qualificado e aborto não consentido contra Maria Ângela da Silva, o ex-cabo da Polícia Militar Hércules de Araújo Agostinho. Conforme a denúncia, ele tinha um relacionamento com a vítima e não aceitava a gestação.
A pena de 18 anos e 8 meses de reclusão será somada aos 185 anos que já possui de condenação pela morte do jornalista Sávio Brandão. Ao todo, a pena passa de 200 anos.
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso, Hércules tinha um relacionamento com a vítima e organizou com Célio Alves de Souza e José de Barros Costa para matá-la pois estaria grávida e se negava a abortar.
O trio agiu por motivo torpe, dissimulação e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Hércules está preso na PCE (Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. Célio e José ainda não foram julgados, pois recorreram da sentença.
Dia do crime
No dia do crime, em julho de 2001, Hércules ligou por um telefone público, que ficava próximo a residência de Maria, no bairro Vila Vitória, em Várzea Grande, e pediu para chamá-la.
Enquanto conversavam, os outros comparsas se aproximaram da vítima em um veículo. Um deles perguntou se a mulher era a “Lorrayne”, apelido pelo qual era conhecida. Ao confirmar que sim, recebeu vários tiros contra a cabeça e morreu no local.
Assassinato de Sávio Brandão
Hércules foi condenado pela Justiça a cumprir mais de 160 anos de prisão por vários assassinatos, entre eles o do empresário Sávio Brandão, dono do jornal Folha do Estado, em 2002.
Além disso, na penitenciária, Hércules ficou conhecido por mau comportamento ao tentar fugir da prisão mais de uma vez, serrar grades da cela em que ficava, partir para cima de agentes penitenciários e fazer ameaças.
Hércules também já responde por outros crimes, entre eles os assassinatos do empresário Rivelino Jacques Brunini e Fauze Rachid Jaudy, além da tentativa de assassinato do pintor Gisleno Fernandes, em junho de 2002, na capital. Na ocasião, Hércules confessou ter assassinado Brunini a mando do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
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