O Brasil é lar de uma diversidade de aves que, além de cores vivas e comportamentos únicos, têm o canto tão característico que acabaram sendo nomeadas pelos sons que emitem.
Esses pássaros, com cantos que lembram seus próprios nomes, são uma parte especial da nossa fauna, despertando memórias nostálgicas e curiosidade em quem os escuta.
Cada espécie possui uma particularidade no canto, mas vale lembrar que nem todos os pássaros têm uma “bela voz”.
Na maioria das vezes, o canto tem uma função vital, seja para atrair uma parceira ou espantar predadores.
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No caso do acasalamento, é comum que o macho com o canto mais atraente conquiste a fêmea, enquanto em outros contextos, o canto é usado para marcar território ou intimidar ameaças.
Entre as espécies que “cantam o próprio nome”, está o famoso Bem-te-vi, que muitos brasileiros conhecem desde a infância. Mas ele não é o único:
Confira uma seleção de aves brasileiras que ganharam nome pelo som que produzem:
Bem-te-vi
Muito comum em praticamente todo o Brasil, o bem-te-vi é um exemplo clássico de onomatopeia (quando uma palavra se origina de um som).
Com cerca de 23 centímetros de comprimento e plumagem amarela no ventre e uma listra branca na cabeça, essa ave é facilmente reconhecida nas cidades.
Adaptável, o bem-te-vi também é encontrado em países como Estados Unidos e Argentina.
Saci
Com um canto que soa como seu próprio nome, o Saci habita grande parte da América do Sul, do sul do México ao Uruguai.
Com entre 26 e 30 centímetros de comprimento, é lembrado por seu canto contínuo durante a temporada de reprodução.
Em algumas regiões, o som do saci gerou lendas, associando-o ao personagem folclórico Saci-Pererê.
Udu
O Udu, ou udu-de-coroa-azul, emite um canto semelhante ao de uma coruja, mais frequente ao amanhecer e ao entardecer.
Esse pássaro pode medir de 41 a 46 centímetros e é encontrado nas regiões Norte, Centro-Oeste e em partes de São Paulo.
Quem-te-vestiu
Popular na região Sul do Brasil, o quem-te-vestiu é uma ave de pequeno porte, medindo até 15 centímetros.
Com plumagem cinza e barriga marrom, é famoso por seu canto onomatopaico que soa como uma pergunta — “quem-te-vestiu?”
Petrim
No período reprodutivo, entre julho e dezembro, o Petrim emite um chamado que remete ao seu nome. Com 14 a 16 centímetros, destaca-se pela coloração marrom-acastanhada e é encontrado em áreas de mata rala e cerrado.
Pi-pui
O Pi-pui vocaliza sons que lembram “uit-biti” ou “ruiti-bu-beiti”, de onde deriva seu nome. Com cerca de 15 centímetros, essa ave é predominantemente cinza-amarronzada e vive em florestas úmidas densas, sendo bastante arisca.
Saracura Três-Potes
Essa ave vocaliza um “três-potes” que a tornou famosa. Ela costuma cantar ao mesmo tempo, em que sai da toca à procura de alimento.
É comum em áreas de brejos e rios, onde seu som forte ecoa no ambiente. Sua plumagem varia entre tons de marrom e cinza, adaptada aos habitats aquáticos.
Peixe-frito
Outro pássaro com nome curioso, o Peixe-frito emite um canto que lembra a expressão que lhe dá o nome.
Comum no cerrado brasileiro, essa ave costuma vocalizar especialmente durante o período de reprodução.
Seu nome mais completo é peixe-frito-pavonino e possui características físicas parecidas com as do Saci, com supercílio, garganta e peito de cor amarelada.
João-corta-pau
O nome do João-corta-pau também é uma reprodução de seu canto característico. Com até 28 centímetros e plumagem marrom avermelhada, é uma ave que gosta de se camuflar durante o dia e cantar à noite, sendo mencionado em obras de Guimarães Rosa.
Essas são apenas algumas das aves brasileiras que impressionam não só pela aparência, mas também pela musicalidade.
Seja para acasalar, defender território ou simplesmente anunciar sua presença, esses pássaros tornam nossos ambientes mais vibrantes com seus sons únicos.
E você, já conhecia essas aves que “cantam o próprio nome”?