Ex-policial da Rota morto em carro incendiado fez parte da Operação Castelinho

CNN Brasil


O ex-policial militar da Rota Fábio Henrique Vieira, 53, foi encontrado morto em um carro incendiado no último sábado (2), em Itupeva, interior de São Paulo. Ele fez parte da Operação Castelinho.

A Operação Castelinho aconteceu em 2002, quando mais de 50 policiais executaram 12 pessoas que supostamente eram integrantes da facção criminosa PCC. As vítimas estavam em um ônibus na rodovia José Ermírio de Moraes, apelidada de Castelinho, quando sofreram uma emboscada no pedágio.

Em 2014, todos os policiais envolvidos, incluindo Fábio Henrique Vieira, foram inocentados pela Justiça de São Paulo. A CNN teve acesso à sentença, na qual Fábio afirmou que foi solicitado para participar de uma operação e soube do que se tratava em uma reunião ocorrida no posto da Polícia Rodoviária.

A missão era abordar um ônibus, mas os ocupantes do veículo não obedeceram à ordem de parada e passaram a atirar; os policiais revidaram. Fábio afirmou que participou do socorro de uma das vítimas. Todas morreram.

A Corte Interamericana condenou o Brasil pela ação militar. A decisão da Corte foi proferida neste ano de 2024, com o argumento de que não houve troca de tiros “entre policiais e as 12 pessoas mortas, uma vez que a maior parte das provas indica que as supostas vítimas não estavam armadas no momento de sua morte”, afirmou o órgão.

Após a análise, a Corte determinou diversas medidas de reparação. Entre elas, a criação de um grupo de trabalho para analisar a atuação da polícia; oferecer tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico aos familiares e o pagamento de US$ 80 mil para as famílias de cada uma das vítimas por danos morais e US$ 20 mil por danos materiais e imateriais.

Carro incendiado

Durante a tarde de sábado (2), a Guarda Municipal de Itupeva foi acionada para uma ocorrência de automóvel incendiado às margens da Via Cyrineu Tonolli. Com o apoio do Corpo de Bombeiros de Cabreúva, o fogo foi extinto e verificada a presença de dois corpos carbonizados, Vieira e outro que ainda não foi identificado.

O carro, um Jeep Compass, estava registrado no nome da esposa do ex-policial militar. Vieira estava desaparecido desde que saiu com um amigo identificado como Ronaldo Félix Gomes, 45, que tem processos criminais, há suspeita de que Gomes seja o corpo que ainda não foi reconhecido.



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