Após a derrota da candidata democrata Kamala Harris na eleição para a Presidência dos Estados Unidos, o presidente Joe Biden e seus assessores próximos estão em um momento de “ajuste de contas” e reavaliação de rotas.
Entre aqueles próximos ao presidente, há duas visões opostas, de acordo com pessoas envolvidas nas conversas: que Biden deveria ter permanecido como candidato porque tinha coalizões mais fortes, ou que as perdas acentuadas dos democratas no executivo e no legislativo se devem à sua impopularidade.
E há outra corrente de pensamento, que o próprio Biden expressou: que a culpa é do ex-presidente Barack Obama e da presidente da Câmara Nancy Pelosi por jogarem Biden de lado em duas ocasiões distintas.
“Duas vezes nossos líderes partidários –em 2016 e 2024– deixaram Biden de lado por alguém que geraria mais entusiasmo e duas vezes perdemos. Biden continua sendo o único candidato que derrotou Trump, e ele foi jogado de lado mais uma vez”, disse um antigo assessor de Biden à CNN.
O resultado também coloca em questão como será o fim do mandato de Biden. Parte dos correligionários espera que o presidente possa passar seus últimos meses no cargo alardeando suas conquistas econômicas e de política externa.
Líderes estrangeiros, com quem Biden se encontrará pessoalmente no fim deste mês em duas grandes cúpulas, agora estão correndo para se posicionar para uma presidência de Trump. E os eleitores sugeriram esmagadoramente que estão descontentes com a economia, sobre a qual esta eleição se tornou um referendo.