Veterinários voluntários em Paiporta, no leste da Espanha, região atingida pelas enchentes, ofereceram tratamento a animais de estimação na quarta-feira (6), à medida que as doenças se espalhavam pelas ruas cheias de lama.
Paiporta está entre os subúrbios de Valência considerados o “marco zero” das enchentes devastadoras da semana passada, que deixaram pelo menos 219 pessoas mortas e outras 93 desaparecidas.
Oito dias depois, as ruas continuam cheias de lama e lixo – um foco de bactérias como a leptospirose.
Muitos donos de cachorros começaram a carregar seus companheiros peludos enquanto caminhavam pelas ruas lamacentas para evitar que ingerissem água poluída, uma preocupação adicional, além do número de vítimas humanas da catástrofe.
“Os animais que não estão adequadamente vacinados correm alto risco, e é por isso que enfatizamos que é quase melhor levá-los para passear nos telhados do que do lado de fora”, disse Marian Sancho, uma das veterinárias que trabalha no posto em uma antiga loja.
As instalações danificadas não podem ser trancadas, então os medicamentos e suprimentos são retirados após o anoitecer.
Os animais são tratados gratuitamente e aqueles que precisam de cuidados maiores são encaminhados para uma clínica universitária no centro de Valência, após uma triagem.
A veterinária Nuria Capdepons disse que os animais receberam antibióticos e antiparasitários para reduzir o risco de zoonose – quando uma doença infecciosa é transmitida de animais para humanos.
Laura, 20 anos, segurava seu Yorkshire Terrier resgatado, chamado Daly, enquanto Sancho colocava um soro com solução salina para tratar a desidratação.
“Eu a trouxe aqui porque ela não estava se alimentando bem há vários dias, estava vomitando, tinha diarreia e não sabemos o que é”, contou.
Profissionais não remunerados e estudantes de toda a Espanha estão montando centros de atendimento emergenciais semelhantes em áreas vizinhas devastadas , revezando-se conforme a disponibilidade e as necessidades.