Empresário executado em aeroporto negou entrada em programa de proteção

CNN Brasil


O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, morto a tiros no aeroporto de Guarulhos (SP) na última sexta-feira (8), recusou entrar no Programa Estadual de Proteção a Vítimas e Testemunhas (PROVITA/SP), de acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP). A informação também foi confirmada pela defesa dele.

Gritzbach tinha 38 anos e foi executado por volta das 16h de sexta-feira, na saída da área de desembarque do Terminal 2 do aeroporto de Guarulhos. O empresário possuía ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), e havia fechado um acordo de delação premiada com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do MPSP.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (11), o MP afirmou que fez uma oferta formal de proteção a Gritzbach e seus familiares, na presença de seus advogados, durante uma reunião. Entretanto, o empresário recusou a proposta, alegando que pretendia continuar com sua rotina e gerindo seus negócios.

A defesa do empresário, que atuou na negociação do acordo de delação premiada, confirmou que essa foi a decisão de Gritzbach.

Por conta das ameaças que recebia, o empresário passou a andar com segurança particular, formada por policiais militares que faziam ‘bico’. Os agentes foram afastados da Polícia Militar.

“O MPSP ressalta ainda que, ao lado das demais autoridades de São Paulo, envidará todos os esforços para chegar à autoria do homicídio registrado nesta sexta-feira e punir, de maneira exemplar, os responsáveis por esse crime. Episódios como esse são intoleráveis, desafiando a sociedade e o Estado, que dará uma resposta vigorosa aos que insistem em caminhar à margem da lei”, completa a nota do órgão.

Programa de proteção exige mudança total da rotina

O Programa Estadual de Proteção a Vítimas e Testemunhas (PROVITA/SP) é um instrumento da Justiça utilizado para garantir a segurança de vítimas, testemunhas ou colaboradores de investigações que estejam sofrendo ameaças sérias, graves e iminentes, como era o caso de Gritzbach.

De acordo com apuração da CNN, Gritzbach passou a ser alvo de ameaças após a morte de dois membros influentes do Primeiro Comando da Capital (PCC): Anselmo Becheli Santa Fausta, vulgo “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, vulgo “Sem Sangue”, em dezembro de 2021. O empresário também era alvo constante de policiais que tentavam extorqui-lo por conta das ameaças que ele recebia da facção.

O PROVITA faz parte do Sistema Nacional de Proteção a Vítimas e Testemunhas, e é gerenciado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal.

De acordo com a Secretaria de Justiça do estado de São Paulo, as pessoas que entram no programa podem ter a vida completamente modificada. Às vezes, há necessidade até de mudança de nome e de país. O período de proteção é de dois anos e pode ser prorrogado por até dois anos ou, caso seja necessário, pelo tempo de duração do processo.

Empresário foi alvo de atendado em dezembro do ano passado

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, executado a tiros no aeroporto de Guarulhos nesta sexta-feira (8), foi alvo de um atentado no prédio onde ele morava no Natal do ano passado.

Segundo um dos advogados de Gritzbach, ele estava em seu apartamento no Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo, na tarde do dia 25 dezembro, quando foi até a janela fazer uma foto da lua. Neste momento, tiros foram disparados em sua direção.

Ninguém ficou ferido no ataque, mas a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o ocorrido.



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