Nesta quinta-feira (14) foi publicado no Diário Oficial do TCE-MT (Tribunal de Contas de Mato Grosso), uma lei que propõe a leitura da Bíblia nas escolas públicas e particulares de Sinop, a 503 km de Cuiabá. O projeto foi aprovado pela Câmara de Vereadores do município e sancionado pelo prefeito do Roberto Dorner.
De acordo com o regulamento, a leitura de trechos bíblicos pode ser utilizada como recurso paradidático para divulgação cultural, histórica, geográfica e arqueológica de seu conteúdo em respeito à Constituição.
Além disso, enfatizam que as histórias bíblicas auxiliam projetos escolares em áreas correlacionadas, como história, literatura, ensino religioso, artes, filosofia, assim como outras atividades complementares.
No regulamento, o Poder Executivo Municipal decidirá os critérios e as estratégias para viabilizar a leitura. Porém, o aluno não será obrigado a participar de qualquer atividade.
Estado laico
Em Cuiabá, o vereador de Cuiabá Rodrigo Arruda (PSDB), apresentou um projeto de lei semelhante na sessão da Câmara neste ano. A proposta, que segue em análise da comissão para ser votada.
Para o cientista político João Souza, o projeto não tem condições de ser aplicado, visto que o estado é laico.
Segundo o pesquisador, a proposta do vereador difere do que seria a disciplina de ensino religioso, que conta a história de todas as religiões, como budismo, judaísmo, espiritismo, hinduísmo, candomblé, entre outras.
“Já temos as escolas confessionais, onde as pessoas podem escolher se querem matricular os filhos. Aqui em Cuiabá temos alunos de escola pública que são mulçumanos, por exemplo. O cristianismo não é a única religião”, destacou.
Ainda de acordo com João, ao analisar um cenário onde alguns estudantes optam pela participação nos estudos bíblicos e outros não, isso pode causar uma segregação entre os jovens, acarretando em diversos problemas de socialização entre os estudantes.
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