O presidente regional de Valência, no leste da Espanha, defendeu na sexta-feira (15) sua gestão das enchentes catastróficas que mataram mais de 200 pessoas, em meio a pedidos para que renunciasse.
Em discurso aos parlamentares regionais, Carlos Mazon reconheceu erros e pediu perdão, mas disse que fez todo o possível para enfrentar uma “avalanche monstruosa que superou todas as previsões meteorológicas”, sem avisos suficientes do órgão responsável pela medição dos fluxos de água.
Sua aparição ocorre após duras críticas, principalmente de autoridades locais, mas também do governo nacional, pelo nível de preparo e alertas aos cidadãos sobre a tempestade de 29 de outubro e as inundações.
“Não vou negar falhas, não é possível fazer isso, nem seria útil”, disse ele, acrescentando que fizeram o melhor que puderam.
Do lado de fora da assembleia regional, dezenas de cidadãos se reuniram pedindo sua renúncia e gritando “nem esquecendo nem perdoando” e “você estava comendo e outros estavam morrendo”.
Mazon disse que não cancelou sua agenda naquele dia, que incluía um almoço prolongado com um repórter, porque o funcionário regional responsável pelos serviços de emergência estava cuidando da situação e que ele não atrasou o processo de tomada de decisão porque estava atualizado.
Moradores de um dos subúrbios de Valência afetados pelas enchentes expressaram sua raiva reprimida contra Mazon, o rei e a rainha da Espanha e o primeiro-ministro Pedro Sanchez, pelo que foi amplamente percebido pelos moradores locais como alertas tardios das autoridades sobre os perigos das enchentes e, em seguida, uma resposta tardia dos serviços de emergência quando o desastre aconteceu.
A maioria das vítimas em Valência eram espanhóis, 190, enquanto 26 eram cidadãos de outros 11 países, de acordo com dados oficiais. Quase metade das vítimas tinha mais de 70 anos.