O que fazer ao sofrer assédio em transporte público ou por aplicativo


O assédio é uma violência que impacta profundamente a vida das vítimas, independentemente do local em que ocorre. No Brasil, essa realidade é amplamente vivenciada em transportes públicos e por aplicativo. 

Mulheres são as que mais sofrem por assédio em transporte (Foto: Fábio Rodrigues)

Segundo a psicóloga Renata Viegas, o impacto psicológico de ser assediada é significativo e pode acarretar problemas como ansiedade, estresse pós-traumático, baixa autoestima e dificuldades na vida cotidiana.

“Assédio é assédio. Não importa onde aconteça, ele deixa marcas que afetam a qualidade de vida das mulheres, que não podem nem utilizar um transporte com tranquilidade, sem o medo de serem vítimas em algum momento”, explica Renata.

O medo da impunidade e a cultura que frequentemente culpabiliza as vítimas também dificultam a busca por justiça. 

Renata ressalta que, em uma sociedade enraizada no patriarcado, as mulheres enfrentam desafios históricos para romper o ciclo de violência e opressão.

“Vivemos em uma cultura que historicamente atribui valores diferentes para cada gênero, e a mulher é ensinada a ser submissa, normalizando opressões. Apesar disso, avanços já foram conquistados, e precisamos nos apoiar neles para encorajar mais mulheres e melhorar esse sistema”.

Muitas pessoas pensam que para ser definido como assédio é preciso algum tipo de ato físico. No entanto, a psicóloga destaca que assédio é qualquer ato ou conduta que consideramos abusivas. 

“Então palavras, gestos, insinuações e até escritas que violem as mulheres de alguma forma, são e devem ser considerados tipos de assédios”.

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O que fazer ao sofrer assédio?

Diante dessa realidade, é importante saber como agir em situações de assédio. Veja algumas orientações:

1. Denuncie imediatamente

Se estiver em um transporte público, procure o condutor ou responsável pelo veículo e relate o ocorrido. 

Desde o início de 2024, foi aprovada a Lei 7.224/24 em Campo Grande. Com isso, funcionários do transporte público devem acionar imediatamente a polícia ao presenciar situações de importunação sexual, abuso ou violência contra a mulher.

Além disso, as empresas que têm acesso ao sistema de transporte público deve disponibilizar a pedido das vítimas, as imagens gravadas através das câmeras de segurança instaladas no interior dos veículos.

Em transportes por aplicativo, utilize o sistema da própria plataforma para fazer a denúncia. 

Os aplicativos de corrida implementaram uma série de recursos para aumentar a segurança dos passageiros, como a possibilidade de compartilhar a localização da viagem em tempo real com amigos ou familiares, gravação de áudio durante a corrida e a opção de reportar incidentes diretamente na plataforma.

Registre o caso na delegacia de polícia ou em delegacias especializadas no atendimento à mulher, como a Casa da Mulher Brasileira.

2. Busque testemunhas

Sempre que possível, identifique pessoas ao seu redor que possam confirmar o ocorrido. Testemunhas são importantes para dar credibilidade ao relato.

3. Registre provas

Fotografias, áudios ou anotações detalhadas do incidente, como horário, local e características do agressor, podem ser fundamentais em uma investigação ou denúncia.

4. Procure apoio emocional

O impacto psicológico do assédio pode ser devastador. Conversar com amigos, familiares ou buscar ajuda profissional pode ajudar a lidar com as consequências emocionais.

5. Conheça seus direitos

A legislação brasileira tipifica o assédio sexual como crime. No caso de transportes públicos, a lei prevê punições específicas, como multas e medidas administrativas para os agressores.

6. Apoie-se na rede de mulheres

Renata Viegas destaca a importância da união feminina. Movimentos, coletivos e redes de apoio oferecem suporte às vítimas e trabalham para conscientizar a sociedade sobre a gravidade do assédio.

“Precisamos nos informar e nos apoiar mutuamente, reconhecendo os avanços e lutando por mais conquistas”, afirma.

Um problema estrutural

Além das orientações individuais, a psicóloga reforça que o combate ao assédio exige mudanças culturais e estruturais. 

A educação e a conscientização são essenciais para desnaturalizar comportamentos abusivos e promover uma sociedade mais segura e justa para todas as mulheres.

Se você foi vítima de assédio ou conhece alguém que está enfrentando essa situação, procure ajuda e denuncie.

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