O presidente Vladimir Putin atualizou a doutrina nuclear da Rússia, dois dias após o governante dos Estados Unidos, Joe Biden, ter concedido à Ucrânia permissão para atacar alvos no interior do país, com armas fabricadas nos EUA.
Sob a doutrina atualizada emitida nesta terça-feira (19), Moscou vai considerar agressão de qualquer estado não nuclear — mas com a participação de um país nuclear — um ataque conjunto a Moscou.
O Kremlin alega que a doutrina militar revisada reduziria, em teoria, a barreira para o primeiro uso de armas nucleares.
Em uma ligação telefônica com repórteres ainda nesta terça, o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse que as mudanças significam que “a Federação Russa reserva o direito de usar armas nucleares em caso de agressão usando armas convencionais contra ela e/ou a República da Bielorrússia”.
A dissuasão nuclear é um pilar da doutrina militar dos russos, mas a revisão parece ampliar a definição do que seria considerado agressão contra o país.
“Um elemento importante deste documento é que a dissuasão nuclear visa garantir que um adversário em potencial entenda a inevitabilidade da retaliação em caso de agressão contra a Federação Russa ou seus aliados”, informou Peskov.
A mudança ocorre quando Putin responde à decisão do governo Biden de permitir que a Ucrânia use poderosas armas americanas de longo alcance dentro da Rússia, um movimento que o governo russo já sinalizou que seria uma escalada perigosa da guerra na Ucrânia.