O cientista político e CEO da Arko Advice, Murillo de Aragão, alertou durante sua participação no programa WW da CNN sobre a tentativa de criação de uma nova ordem global através dos Brics, grupo econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Segundo Aragão, essa nova ordem tem claramente um centro, a China. O especialista expressou preocupação com a posição do Brasil neste cenário, afirmando que o país “perigosamente toma partido num momento muito delicado do mundo”.
Rompimento com a tradição de não-alinhamento
Aragão destacou que a aproximação do Brasil com a China rompe com a tradição histórica de não-alinhamento do país. “O Brasil, que sempre tentou ser um país independente com a sua própria posição histórica, estratégica, perigosamente toma partido num momento muito delicado do mundo”, alertou.
O cientista político enfatizou a gravidade da situação global e mencionou que países escandinavos temem que a guerra na Ucrânia possa se estender a seus territórios.
Neste contexto, Aragão criticou a postura da China, afirmando que o país deveria ter uma posição mais proativa na pacificação de conflitos nos quais tem influência, como os envolvendo Irã e Rússia.
Críticas à falta de ação concreta
“A gente não vê isso, a gente vê, sim, a declaração, as boas intenções, mas como dizia o Castelo Branco, o cemitério está cheio daqueles que tinham boas intenções”, pontuou Aragão, ressaltando que a situação atual exige mais do que palavras bonitas.
O especialista concluiu enfatizando a seriedade da conjuntura internacional e a necessidade de ações concretas por parte das potências envolvidas, especialmente a China, para além de declarações e boas intenções.
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