“Somente para brancos”: panfleto em faculdade de direito gera polêmica em SP

CNN Brasil


Estudantes da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, relataram um episódio de racismo após um exercício em aula realizado na instituição no começo deste mês.

Durante a avaliação pedagógica da disciplina de Sociologia e Antropologia, os estudantes do terceiro ano da graduação receberam o dever de realizar uma atividade que tinha o objetivo de discutir as consequências jurídicas da prática do racismo. A turma foi dividida em seis grupos, e um deles recebeu a tarefa de analisar o filme “Histórias Cruzadas”.

Na elaboração do trabalho, além dos materiais complementares que criticavam cenas do filme, os membros do grupo fizeram um panfleto que abordava a segregação racial entre brancos e negros proposta na obra.

O panfleto foi colocado na porta da sala de aula durante a apresentação solicitada pelo professor da disciplina referente ao filme. No cartaz, estava escrito a frase “entrada permitida somente para brancos.”

O estudante Juliano Amaral disse à CNN que o professor da disciplina não barrou a fixação do panfleto no lado exterior da sala de aula. O aluno também comentou que o docente deu uma “bronca” em alguns discentes que tiraram foto do anúncio e não bateram na porta pedindo explicações. Os alunos da sala e o professor eram brancos, de acordo com Amaral.

Um ofício que a Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo encaminhou para a delegacia aponta que “a diretoria convocou o professor responsável pela disciplina, os alunos do grupo e também o autor do Boletim de Ocorrência para esclarecimentos.”

Além disso, o material diz que durante a reunião “foi reforçado que não houve dolo por parte dos alunos ou do professor em praticar ou promover qualquer ato de racismo.”

Em nota, a faculdade disse que “reafirma seu compromisso com a promoção de um ambiente inclusivo e repudia veementemente qualquer forma de discriminação.”

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, as autoridades policiais concluíram que “não houve prática de ato criminoso” após a análise do ofício enviado pela diretoria da instituição de ensino sobre a atividade pedagógica. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de São Bernardo do Campo.



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