Trump não retirou as tropas do Afeganistão no seu 1º mandato, diz pesquisador ao WW Especial


O pesquisador de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vitelio Brustolin, disse que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não cumpriu sua promessa de campanha de retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão durante seu primeiro mandato como presidente.

A declaração foi durante participação no programa WW Especial, com William Waack. Segundo Brustolin, Trump optou por ouvir seus conselheiros, incluindo o então secretário de Estado Mike Pompeo, e manteve a presença militar americana no país asiático. A tarefa de retirada acabou sendo realizada pelo seu sucessor, Joe Biden.

Brustolin, que também é especialista em análise de guerra, destacou que a saída das tropas americanas do Afeganistão, executada pela administração Biden, foi amplamente criticada pela comunidade internacional. Este episódio marcou o fim de duas décadas de presença militar dos EUA no país.

Quando Trump se elegeu pela primeira vez, ele se elegeu prometendo retirar os Estados Unidos do Afeganistão. Ele não retirou. Ele ouviu Mike Pompeo, ouviu os secretários dele à época, e não retirou apesar de o tempo todo aventar essa possibilidade. Ele deixou isso para o Biden, que, por sua vez, fez uma retirada desastrosa e criticada por todo mundo.  

Vitelio Brustolin

Na campanha deste segundo mandato, que se inicia a partir de janeiro de 2025, Trump também prometeu encerrar os conflitos que estão ocorrendo no mundo e garantiu um “Exército forte”. O republicano também defendeu uma política externa baseada nos “Estados Unidos em primeiro lugar”.

Brustolin mencionou um recente artigo de Mike Pompeo na revista Foreign Affairs, no qual o ex-secretário de Estado sugere que, em vez de retirar o apoio à Ucrânia, os Estados Unidos poderiam fornecer ao país UU$ 500 bilhões de dólares em assistência. Esta proposta evidencia a contínua influência do poder econômico e militar americano nas políticas internacionais.

 

 

Impacto nas relações EUA-Ucrânia

O pesquisador observou uma mudança no tom do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após a eleição de Trump. Zelensky demonstrou mais otimismo, embora tenha ressaltado que a Ucrânia não concordaria com o fim da guerra em 24 horas, como sugerido por Trump.

Após conversas com o ex-presidente americano, Zelensky expressou confiança em um plano que aparentemente envolve a criação de uma zona tampão de 1.200 quilômetros na fronteira entre Ucrânia e Rússia. “Esta proposta poderia representar uma nova abordagem para o conflito em curso na região.”

WW Especial

Apresentado por William Waack, programa é exibido aos domingos, às 22h, em todas as plataformas da CNN Brasil.

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