O governo de Israel votará um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah nesta terça-feira (26), segundo antecipado por um porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu à CNN.
A reunião do gabinete israelense estava marcada para as 16h, no horário local, mas sofreu atraso, disse o porta-voz do primeiro-ministro à CNN.
Netanyahu prefere levar a votação sobre o possível acordo ao Gabinete de Segurança do país em vez de todo o gabinete, disse uma fonte à CNN, acrescentando que o premiê está verificando a legalidade dessa medida.
A mídia israelense citou autoridades dizendo que a medida é legalmente possível, já que um possível cessar-fogo com o Hezbollah no Líbano é considerado uma questão de segurança e não política.
Questões como essas geralmente são votadas pelo gabinete completo. Mas, neste caso, a fonte diz que Netanyahu preferiria levar a votação ao fórum menor do Gabinete de Segurança.
A justificativa para isso seria que este é um acordo de segurança, um acordo temporário para cessar-fogo, em vez de um acordo político, como um de paz permanente, acordo de fronteira ou normalização.
Diferença entre gabinetes
Há 11 ministros com direito a voto no Gabinete de Segurança de Israel. Entre eles estão os ministros de extrema direita Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich.
Levar a votação ao gabinete completo significaria que 33 ministros teriam voz no assunto.
O porta-voz de Netanyahu disse anteriormente que o gabinete israelense parece pronto para aprovar o acordo de cessar-fogo nesta terça-feira.
Partido de Netanyahu apoiará cessar-fogo
O partido de direita Likud, que Netanyahu lidera, apoiará o acordo de cessar-fogo, de acordo com seu porta-voz, Guy Levy.
O primeiro-ministro se reuniu com representantes do Likud nesta terça-feira à tarde para reforçar o apoio antes da reunião do gabinete.
Entenda os conflitos no Oriente Médio
Israel lançou uma grande ofensiva aérea e terrestre contra o grupo Hezbollah no Líbano no final de setembro. Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.
Os bombardeios no Líbano se intensificaram nos últimos meses, causando destruição e obrigando mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. O conflito entre Israel e o Hezbollah já deixou dezenas de mortos no território libanês.
Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.
Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva israelense, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.
Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.
Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.
No momento, as negociações por tréguas estão travadas tanto no Líbano, quanto na Faixa de Gaza.
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