A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou cinco pessoas, com idades entre 18 e 45 anos, pelo homicídio de um homem de 45 anos que foi espancado até a morte em uma estação de ônibus em Belo Horizonte. Outros três adolescentes também teriam participado do crime, que ocorreu no dia 8.
Segundo a polícia, as equipes do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) tiveram acesso às imagens de câmeras de segurança e confirmaram parte da ação criminosa.
Para a delegada Ariadne Elloise Coelho, as imagens deixam clara a “brutalidade” do crime. Segundo ela, uma das envolvidas disse que a motivação do crime estaria relacionada com uma suposta conduta obscena por parte da vítima, situação que não foi comprovada.
“Uma mulher de 40 anos [indiciada], a primeira incitadora e instigadora dessas agressões, teria visto, segundo ela, um ato obsceno praticado por essa vítima, dentro de uma casa em que crianças dormiam. Só que, pelos levantamentos realizados, essa mulher apresentou versões contraditórias, conflitantes e com horários distintos.”
Segundo as investigações, a mulher de 40 anos e a vítima se conheciam e a Polícia Civil acredita que possa ter havido um desentendimento entre os dois, o que resultou nas agressões e morte, motivo pelo qual, possivelmente, ela apresentou a falsa versão do ato obsceno.
As apurações feiras pelos investigadores apontam que a vítima começou a ser agredida no Anel Rodoviário, antes mesmo de chegar à estação de ônibus.
“Outras pessoas, sem saber o que de fato teria ocorrido, acabaram perseguindo a vítima também, sendo ela espancada com socos, chutes, cadeiradas, barra de madeira e facadas, principalmente na região da cabeça, no tórax, nos braços e nas pernas”, acrescentou a delegada.
As imagens das câmeras de segurança mostram um jovem de 18 anos (também indiciado) desferindo cerca de 24 facadas na vítima, além de agredi-lo com cadeiradas, pedaços de madeira e de ferro e diversos pisões.
As agressões duraram cerca de dez minutos e depois os suspeitos ainda roubaram a mochila e um boné que a vítima usava. Eles jogaram o homem ainda vivo para fora da estação, na avenida Presidente Antônio Carlos, momento em que ele quase foi atropelado.
Um dos adolescentes envolvidos na ação retornou e chutou a cabeça do homem enquanto os demais observavam para certificarem que ele estava morto. Os suspeitos do deixaram o local quando perceberam a chegada dos guardas municipais.
Com a conclusão do inquérito policial, os suspeitos foram indiciados por homicídio qualificado por meio cruel e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A Polícia Civil solicitou as prisões dos envolvidos e a internações dos menores.
