Leishmaniose visceral causa mortes de bebês em Rondonópolis


Nesta quarta-feira (27), as duas mortes por suspeita de Leishmaniose Visceral foram confirmada pela Superintendência da Vigilância em Saúde de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.

Trata-se de dois bebês. Um deles, de 1 ano, teve uma infecção em um ferimento causado pela doença. O outro, de 4 meses, já chegou ao hospital em situação crítica e não resistiu.

“O segundo caso foi de uma criança de 1 ano, ela estava em tratamento de leishmaniose visceral, mesmo tendo feito todo o tratamento e estar no término, ela teve uma infecção numa lesão no braço. Então como causa primária a morte foi por sepse, mas a secundária é por Leishmaniose” disse a Superintendente de vigilância em Saúde, Vânia Scapin.

Ainda de acordo com a superintendência, até o momento foram notificados 9 casos de leishmaniose visceral no município, além das duas mortes confirmadas, sete pacientes estão em tratamento. Com isso, está previsto treinamento de médicos da atenção básica par que estejam alertas ao diagnóstico da leishmaniose.

Ambas as formas de leishmaniose têm tratamento disponível pelo SUS (Sistema Único de Saúde). (Foto: Divulgação)

Características da doença

Para saber mais sobre a doença, o Primeira Página buscou informações com uma infectologista, para que você perceba os primeiros sintomas e procure ajuda médica o mais rápido possível.

De acordo a professora Marcia Hueb, especialista em infectologia e referência em tratamento de leishmaniose no HUJM (Hospital Universitário Júlio Muller), em Cuiabá, há dois tipos da doença: a tegumentar e a visceral.

“As duas são causadas pelo protozoário Leishmania, mas as espécies que causam a leishmaniose tegumentar são diferentes da que causa a leishmaniose visceral, doença que também recebe o nome de Calazar. São doenças distintas”.

A Leishmania é transmitida sempre por um inseto que é chamado popularmente de mosquito palha. A transmissão ocorre especificamente por esse vetor, não por qualquer inseto. O vetor adquire esse parasita de algum animal que esteja infectado.

“A leishmaniose visceral pode ser fatal se não tratada, por isso é considerada a forma mais grave da doença. Já a leishmaniose tegumentar, pode se apresentar com uma ou múltiplas lesões e a gravidade vai ser determinada pelas características clínicas e a resposta ao tratamento”.

O Primeira Página explica as diferenças de cada doença, segundo a especialista:

❌Leishmaniose Visceral

  • Sintomas: Afeta órgãos internos, causando febre prolongada, perda de peso, aumento do fígado e baço. Esses sintomas também pode estar presentes em outras doenças e são necessários exames específicos para fazer o diagnóstico correto;
  • Transmissão: O cão é o principal reservatório, mas a transmissão também pode ocorrer a partir de outros animais infectados.

✅Prevenção da Visceral:

  • Controle da população de cães doentes;
  • Limpeza de quintais;
  • Evitar matéria orgânica como: folhas, frutos apodrecidos, restos de comida e fezes de animais.

❌Leishmaniose Tegumentar:

  • Sintomas: Caracterizada por lesões na pele, principalmente úlceras, e também pode afetar mucosas, como o nariz.
  • Transmissão: O reservatório da doença costuma ser um animal silvestre, por isso é mais comum em áreas rurais e em pessoas que frequentam matas.

✅ Prevenção da Tegumentar:

  • Uso de roupas que protejam a pele, como camisas de manga comprida e calças longas;
  • Aplicação de repelentes em áreas expostas;
  • Construção de moradias a uma distância segura de áreas de mata.

⏹ Tratamento para ambas

Ambas as formas de leishmaniose têm tratamento disponível pelo SUS (Sistema Único de Saúde).. O tratamento é eficaz e leva à cura clínica, com o desaparecimento das lesões e a remissão dos sintomas.

“É importante ressaltar que não há transmissão direta entre pessoas. A doença é transmitida pela picada do mosquito palha infectado. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. É importante que as pessoas procurem atendimento médico ao perceberem qualquer sintoma suspeito”, completa a especialista.

  1. Com casos em MT, infectologista explica diferentes tipos e sintomas da leishmaniose





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