Chegaram ao quinto dia as buscas pelo fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, 36 anos, que está desaparecido em Paris, na França, desde o dia 26 de novembro. Até o momento, familiares e amigos do mineiro não receberam nenhuma informação sobre o que pode ter acontecido.
“O que a gente precisa é que a polícia de lá investigue”, afirmou, à CNN, o fotógrafo Lucien Esteban, sócio de Flávio. “Só com uma investigação da polícia a gente vai conseguir, por exemplo, acessar as câmeras de rua. Porque Paris tem muita câmera, mas, até então, sem novidades”, acrescentou.
O último contato feito por Flávio foi na última terça-feira (26), data em que deveria retornar ao Brasil. A família diz ter sido informada pela Latam que o check-in para o voo ao Brasil chegou a ser feito, mas o fotógrafo não embarcou.
A CNN procurou a Latam, mas a empresa afirmou que não comenta sobre passageiros.
No dia seguinte ao desaparecimento, um amigo de Flávio recebeu uma mensagem de uma pessoa de nome Alex, informando que, no dia 26, o brasileiro havia se acidentado e chegou a ser hospitalizado, mas que havia sido liberado da unidade de saúde no mesmo dia.
O homem que enviou a mensagem é francês e teria conhecido o Flávio durante a viagem a Paris. Nas últimas semanas, o mineiro chegou a publicar fotos e vídeos com Alex. A CNN entrou em contato com o rapaz, que não comentou o assunto.
A família relata também que, ainda no dia 26, foi informada de que Flávio solicitou a prorrogação da estadia no apartamento onde estava hospedado por mais um dia. Ele teria ido ao imóvel e, desde então, não respondeu mais mensagens.
Em comunicado à imprensa, a família acrescenta que, segundo Alex, todos os pertences do brasileiro foram retirados do apartamento, inclusive o passaporte dele.
Pessoas próximas ao brasileiro disseram ter acionado a polícia local, a embaixada do Brasil na França e a Polícia Federal. Os parentes de Flávio pedem que o nome dele seja incluído na lista de pessoas desaparecidas da Interpol.
Procurado pela CNN, o Ministério das Relações Exteriores diz que o Consulado-Geral do Brasil em Paris “tem conhecimento do caso, está em contato com as autoridades locais e presta assistência consular aos familiares do nacional”.
A CNN também procurou a Polícia Federal, mas ainda não obteve resposta.
Telefone dele foi encontrado
Horas depois de o fotógrafo ter desaparecido, a mãe de Flávio tentou contato pelo celular do filho por diversas vezes. Na madrugada do dia 28, um estranho atendeu o telefone. Por não falar português, essa pessoa passou o celular para um brasileiro que trabalha em um restaurante em Paris.
Esse brasileiro, identificado como Denis, “conversou com a mãe e explicou que acharam o celular em um vaso de plantas, por volta das 7h do dia 27 de novembro, na porta do restaurante”, diz a nota enviada pela família.
Registros em redes sociais
As últimas postagens de Flávio foram feitas no dia 25 de novembro, um dia antes do desaparecimento. Nas redes sociais, ele se apresenta com o nome de Flávio Carrilho de Castro.
Nos stories, ele postou uma foto da Torre Eiffel, cartão postal de Paris, com a música “Voyage Voyage”. Ele também publicou fotos em outros pontos turísticos na capital francesa, como Museu do Louvre e a Catedral de Notre-Dame.
Ele publicou uma coletânea de fotos e vídeos da viagem a Paris. A primeira postagem foi no dia 31 de outubro, quando estava embarcando para a França.
Ao longo da viagem, publicou registros em que aparece com amigos –incluindo Alex, o francês que acionou a família de Flávio depois de ele ter sumido. Na última sexta-feira (29), Alex publicou uma mensagem sobre o desaparecimento do brasileiro.
Segundo Lucien, seu sócio, Flávio é morador de Belo Horizonte e viajou a Paris a trabalho. Porém, após concluir os compromissos profissionais, ele ficaria mais alguns dias na capital francesa para tirar férias.