Alemanha anuncia ajuda militar de 650 milhões de euros à Ucrânia


O chanceler alemão Olaf Scholz fez uma visita inesperada a Kiev na segunda-feira (02), prometendo que seu país continuará sendo o maior apoiador da Ucrânia na Europa e prometendo entregar neste mês ajuda militar no valor de 650 milhões de euros.

A visita, a segunda desde a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia há quase três anos, sinaliza o apoio de Berlim em um momento de incertezas antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca e enquanto as forças russas conquistam territórios constantemente.

Scholz manterá conversas com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que deve pressionar a OTAN a convidar o país a se juntar à aliança militar em uma reunião em Bruxelas esta semana.

A visita também pode oferecer uma maneira para o chanceler alemão tentar reforçar suas credenciais em política externa, já que ele enfrenta uma dura batalha pela reeleição em uma votação antecipada em fevereiro, após o colapso de sua coalizão em novembro.

Seu próprio histórico de apoio à Ucrânia tem sido criticado tanto por aqueles que querem que ele faça mais para ajudar Kiev quanto, por outro lado, pelos eleitores que querem que a Alemanha pare de enviar armas e ajuda à Ucrânia.

Ao mesmo tempo em que anuncia a Alemanha como o segundo maior fornecedor de armas para a Ucrânia, depois dos Estados Unidos, Scholz se recusou repetidamente a enviar o míssil de cruzeiro Taurus para a Ucrânia, temendo que isso pudesse levar seu país a um conflito direto com a Rússia.

Ele também foi criticado por aliados, incluindo o próprio Zelensky, por manter uma ligação telefônica com o presidente russo Vladimir Putin pela primeira vez em quase dois anos em novembro, o que os críticos viram como um objetivo político interno.

“A Alemanha continuará sendo o maior apoiador da Ucrânia na Europa”, escreveu Scholz no X, acrescentando que anunciaria durante seu encontro com Zelensky” mais equipamento militar no valor de 650 milhões de euros, que será entregue em dezembro”.

À sombra da eleição

O apoio à Ucrânia está se tornando uma questão importante nas eleições federais da Alemanha.

Friedrich Merz, o líder da oposição conservadora que está a caminho de destituir Scholz, disse que a Alemanha deveria enviar mísseis Taurus e no fim de semana acusou o chanceler de alarmismo sobre o assunto.

Nenhum programa foi publicado para a visita de Scholz à Ucrânia, mas os líderes visitantes normalmente realizam uma entrevista coletiva conjunta com Zelensky durante viagens a Kiev.

A visita acontece um dia depois de António Costa, o novo presidente do Conselho Europeu, e a nova chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, visitarem a capital ucraniana em seu primeiro dia de mandato para demonstrar apoio.

As tropas de Moscou vêm capturando vilarejo após vilarejo no leste da Ucrânia, parte de um esforço para tomar totalmente a região industrial de Donbass, enquanto os ataques aéreos russos continuam a atingir a combalida rede elétrica ucraniana com a chegada do inverno.

Em novembro, o governo de Joe Biden concedeu à Ucrânia permissão para usar armas ocidentais para atacar ainda mais o território russo. Moscou respondeu atacando a Ucrânia com um novo míssil de alcance intermediário e ameaçou atacar instalações do governo em Kiev.

Kiev há muito tempo exige que Moscou retire todas as tropas de seu território. Autoridades também querem garantias de segurança ocidentais comparáveis ​​à filiação à Otan para impedir que a Rússia ataque novamente.

Moscou, que controla quase um quinto do território ucraniano, exige o reconhecimento da anexação de terras ucranianas e a neutralidade permanente da Ucrânia.

Na semana passada, Zelensky sugeriu a ideia de conceder à Ucrânia a condição de membro da Otan mesmo enquanto a Rússia ocupa alguns territórios capturados, uma solução que, segundo ele, poderia pôr fim ao “estágio quente” da guerra.

Em comentários no domingo (01), Zelensky esclareceu que qualquer convite para se juntar à aliança deve se estender a todo o território ucraniano, mesmo que o acordo de defesa coletiva da aliança possa não operar em áreas ocupadas por forças russas.



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