“Prisão atende clamor social“, diz defesa de PM que jogou homem de ponte em SP

CNN Brasil


A defesa do soldado Luan Felipe Alves Pereira, que foi flagrado jogando um homem de uma ponte na zona Sul de São Paulo, considerou que a prisão do agente atendeu somente a um “clamor social”.

O agente foi preso, na manhã desta quinta-feira (5), enquanto cumpria expediente na Corregedoria da Polícia Militar, na região central de São Paulo. O soldado estava afastado das ruas, em funções administrativas, desde a última terça-feira (3).

O advogado Wanderley Alves, responsável pela defesa do militar, afirmou que ainda não teve acesso à íntegra da decisão do Tribunal de Justiça Militar (TJM) que determinou a prisão. O defensor afirma que entrará com pedido de soltura do PM.

“Essa prisão demonstra haver uma antecipação de culpa. O policial estava à disposição da Justiça, e a prisão preventiva só atendeu um clamor social, transformando uma prisão processual em uma prisão pena”, declarou.

O advogado defende que a prisão não atende aos requisitos legais porque o soldado tem residência fixa, estava cumprindo expediente conforme determinado, se apresentou espontaneamente à Justiça e contribui com a investigação.

O policial Luan Felipe Alves Pereira deve passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e depois será levado ao Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital.

Na decisão que determinou a prisão, a Justiça Militar afirma que “a prisão preventiva é indispensável para preservar a disciplina nos quartéis, tendo em vista a gravidade dos crimes apurados e a repercussão negativa que a permanência do investigado em liberdade pode gerar na tropa”.

Além do soldado, outros 12 agentes envolvidos na ocorrência foram afastados das ruas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Segundo a investigação, é o soldado Laun que aparece em um vídeo jogando um homem em um córrego, de cima de uma ponte, no bairro da Vila Clara, na região de Cidade Ademar. Luan e os outros militares pertencem ao 24º Batalhão de Diadema.

O militar já foi acusado pela morte de um suspeito com 12 tiros após uma perseguição em Diadema, na Grande São Paulo. O caso, que inicialmente tramitou na Justiça Militar, foi encaminhado à Justiça comum, sob suspeita de homicídio doloso, mas acabou arquivado em janeiro deste ano.

Nesta quarta-feira (4), em entrevista à CNN, o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Cássio Araújo Freitas, afirmou que todos os episódios de violência policial ocorridos nos últimos dias estão em apuração rigorosa por parte da Corregedoria da corporação.



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