A Polícia Federal investiga um grupo criminoso especializado no tráfico de drogas e insumos químicos e lavagem de dinheiro atuante em Aracaju (SE), com braço da rede em São Paulo
A investigação começou a partir da desarticulação de um laboratório de manipulação de cocaína, em agosto deste ano, em um condomínio fechado na zona sul da capital sergipana, que resultou na apreensão de 5 kg de cocaína, 115 kg de insumos químicos utilizados na manipulação da droga (cafeína e tetracaína) e 33 kg de maconha.
Com o aprofundamento do caso, a PF identificou mais integrantes do grupo criminoso, que conta com um fornecedor ilegal dos produtos químicos usados na manipulação da droga oriundo do estado de São Paulo.
A apuração também apontou uma rede de distribuição do entorpecente e de lavagem de dinheiro que possibilitava a atuação do grupo.
“Eles usam para aumentar o volume. Compram cocaína pura e misturam com fenacetina, tetracaína, cafeína aí aumentam o volume dela, prensam novamente e fazem um novo tablete de 1 kg”, explicou o delegado Renato Beni, sobre o uso de químicos utilizados na diluição da droga comercializada.
Com base no inquérito, a FICCO (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) deflagrou uma operação na manhã desta quinta-feira (5) em cinco estados contra o grupo.
Estão sendo cumpridos seis mandados de prisão preventiva, seis mandados de prisão temporária e 14 mandados de busca e apreensão em Aracaju (SE), São Cristóvão (SE), Nossa Senhora do Socorro (SE), Camaçari (BA), Pilar (AL), Paulista (PE) e Jaú (SP).
Os mandados judiciais também incluem o bloqueio de bens dos investigados, no total solicitado de R$ 20 milhões.
Os crimes apurados são de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a até 35 anos de reclusão.
A FICCO de Sergipe é composta por integrantes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Polícia Rodoviária Federal e Secretaria Nacional de Políticas Penais.