Paciente morta em clínica de estética teve alergia a produto não liberado pela Anvisa


A Polícia Civil de Goiás afirmou, nesta quinta-feira (5), que a provável causa da morte da paciente que morreu após realizar um procedimento estético, no último domingo (1), em Goiânia (GO), foi em razão de uma reação alérgica aguda após a aplicação de um produto não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Danielle Brito, de 44 anos, era servidora pública e, segundo a irmã dela, a vítima foi até a clínica apenas para fazer uma avaliação, que custou R$ 300.

A CNN teve acesso às conversas entre Danielle e a dona da clínica estética um dia antes da realização do procedimento (29). Leia:

Danielle (vítima): Olá! Ainda estão na Black Friday?

Dona da clínica: Boa noite, tem preferência para este fim de semana ou na segunda-feira?

Danielle (vítima): Quarta-feira (4) eu tenho retoque de botox.. O que você recomenda?

Dona da clínica: Recomendaria a avaliação para este final de semana, dependendo do procedimento e da sua escolha, podemos fazer um acompanhamento personalizado às suas necessidades.

Após as mensagens, a paciente decidiu realizar a avaliação no último sábado (30), quando sofreu o episódio de alergia.

À CNN, a irmã de Danielle afirmou que durante a consulta, a vítima teria informado que era asmática à médica, quando a profissional recomendou a realização de um teste de alergia.

Aos familiares, a médica disse ter aplicado em Danielle uma substância conhecida como hialuronidase que, por sua vez, provocou falta de ar imediata na paciente. Nesse momento, a equipe do local acionou uma oxigenação mecânica para a vítima e solicitou apoio médico, quando a paciente foi levada a uma unidade hospitalar.

A irmã da vítima ainda relatou que após o ocorrido, a médica prestou apoio à família e em nenhum momento recusou prestar satisfações aos parentes de Danielle.

Em nota, a Polícia Civil de Goiás afirmou que o problema da substância utilizada em Danielle é que o produto havia sido feito em uma farmácia de manipulação.

No entanto, de acordo com a Anvisa, os produtos injetáveis com finalidade estética devem ter origem industrial e possuir aprovação do órgão de controle sanitário, para que seja garantido o padrão de qualidade e de segurança dos procedimentos médicos.

A polícia destaca que, quando o produto é manipulado – como no caso da substância utilizada em Danielle -, ele não passa pelo órgão regulador, o que aumenta o risco de contaminação, quando podem ocorrer efeitos adversos graves nos pacientes.

Relembre o caso

Após a morte de Danielle, a dona da uma clínica de estética – que se apresenta como biomédica e enfermeira – foi presa, na última segunda-feira (2), no Setor Parque Lozandes, bairro localizado na região sul de Goiânia (GO).

Danielle teve uma parada cardiorrespiratória no local e, apesar de socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhada ao Hospital de Urgências de Goiás (HUGO), morreu na noite do domingo, por morte cerebral, em razão do procedimento que realizou com a profissional.

Ao serem acionados, nesta segunda-feira (2), a equipe policial foi ao estabelecimento para acompanhar a perícia e a fiscalização da Vigilância Sanitária, quando foram encontradas diversas irregularidades no local, dentre elas:

  • Produtos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
  • Produtos vencidos;
  • Anestésicos de uso hospitalar;
  • Materiais cirúrgicos não esterilizados, entre outros problemas que resultaram na interdição total da clínica.

Segundo a polícia, a dona da clínica foi presa em flagrante pelos crimes de vender serviço ou mercadoria impróprios ao consumo, executar serviço de alto risco sem autorização legal e exercício ilegal da medicina.

Procurada, a defesa da dona da clínica afirmou que a dona do estabelecimento tem habilitação para realizar os procedimentos e possui formação acadêmica em Biomedicina e Enfermagem.

“A clínica, no período em que realizou todos os atendimentos em suas clientes, estava devidamente regular, possuindo autorização de funcionamento bem como alvará da vigilância sanitária”, ressaltaram José Patrício Junior e Antonio Celedonio Neto, advogados que respondem pela defesa da empresária.

Já com relação aos medicamentos utilizados nas pacientes do local, a defesa afirmou que todos possuem autorização para serem comercializados e são adquiridos por meio de empresas que possuem autorização para fabricação, com emissão de nota fiscal e recolhimento de imposto.

Procurada, a defesa da dona da clínica afirmou que a dona do estabelecimento tem habilitação para realizar os procedimentos e possui formação acadêmica em Biomedicina e Enfermagem.

“A clínica, no período em que realizou todos os atendimentos em suas clientes, estava devidamente regular, possuindo autorização de funcionamento bem como alvará da vigilância sanitária”, ressaltaram José Patrício Junior e Antonio Celedonio Neto, advogados que respondem pela defesa da empresária.

Já com relação aos medicamentos utilizados nas pacientes do local, a defesa afirmou que todos possuem autorização para serem comercializados e são adquiridos por meio de empresas que possuem autorização para fabricação, com emissão de nota fiscal e recolhimento de imposto.

*Sob supervisão de Bruno Laforé



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