Potências europeias sofrem com crise econômica e de governabilidade


O presidente francês Emmanuel Macron foi à TV nesta quinta-feira (5) certificar os cidadãos franceses de que vai continuar no cargo até o fim do mandato, apesar do voto de desconfiança que o parlamento impôs na quarta-feira (4) a Michel Barnier, nomeado primeiro-ministro há apenas três meses. 

“O mandato que vocês me confiaram democraticamente é um mandato de cinco anos. E eu vou exercer ele plenamente até o fim”, disse o líder francês. 

A decisão do legislativo obriga Macron a anunciar um novo chefe de governo. Para garantir a estabilidade do futuro premiê, o presidente vai precisar costurar uma nova coalizão no parlamento. 

Até aqui, o governo não conseguiu sequer aprovar o orçamento público pro ano que vem. 

O impasse político se soma a uma série de desafios econômicos que o Palácio do Eliseu acumulou nos últimos anos – como os efeitos da pandemia, que levaram ao crescimento dos gastos do governo e à escalada das taxas de juro. Há, também, os reflexos da guerra na Ucrânia, como o aumento nos preços de energia. 

Durante o governo de Macron, a dívida pública da França avançou e já está em patamar superior a 110% do PIB.

Na Alemanha, o país mais rico do continente europeu, a situação é parecida. 

A crise política mina a capacidade de resposta do governo à estagnação econômica. Em novembro, a coalizão de três partidos que sustentava o chanceler alemão, Olaf Scholz, ruiu. 

O que levou à convocação de eleições antecipadas num cenário de fragmentação partidária. E a extrema direita agora surge como uma das favoritas a assumir o país.

Enquanto isso, o PIB alemão chega ao terceiro ano seguido praticamente sem crescimento real. E a produção industrial — o principal trunfo da economia alemã — caiu 12% em seis anos.



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