Os números comprovam o que a cortina de fumaça que encobriu Mato Grosso do Sul, em outubro deste ano, deixou evidente. Em 2024, houve aumento na área varrida pelo fogo no estado. No Pantanal, o aumento da área queimada foi de 222,9% em relação ao ano de 2023.
No ano passado, o fogo devastou 502.050 hectares; neste ano, a extensão saltou para 1.621.275 hectares — o equivalente a mais de 2,3 milhões de campos de futebol. Neste mesmo contexto, está o acréscimo no número de focos de calor: de 2.309 em 2023 para 8.149; um acréscimo de 252,9%.
Os dados foram compilados por equipe técnica do CEMTEC (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS) e Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul.
Recordistas em focos
A capital do Pantanal, Corumbá, segue na liderança dos municípios com maior número de focos; 65,1% da área queimada fica no território da Cidade Branca. Em seguida estão Aquidauana (17,3%), Porto Murtinho (9,1%) e Miranda (7,3%), que juntas concentram 98,8% dos focos de calor no Pantanal de Mato Grosso do Sul, conforme dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
-
Fogo destrói conveniência e põe casa em risco no Cristo Redentor
-
Torcedores de times adversários, filhos tatuam brasão do Botafogo para homenagear pai
-
É assim que está a onça-pintada vítima do fogo no Pantanal
No Cerrado
Já no Cerrado, a devastação foi 90,0% maior: de 224.225 hectares em 2023 para 426.150 neste ano. Enquanto em 2023 foram registrados 1.500 focos de calor no bioma, neste ano foram 3.819.
Número de ocorrências
Desde o primeiro dia de 2024, o Corpo de Bombeiros atendeu 5.465 ocorrências de incêndios florestais; número 25,7% maior que em 2023 (4.348). Passado o período de seca extrema, que resultou no aumento dos focos entre meados de agosto e outubro, os incêndios caíram no Pantanal, mas o monitoramento continua.
Operação Pantanal
Força-tarefa especial criada para enfrentar o fogo em Mato Grosso do Sul, a Operação Pantanal já mobilizou 1.779 bombeiros e bombeiras militares nas ações de prevenção, desde o dia 2 de abril, nas ações de prevenção, preparação e combate aos incêndios florestais.
De dezembro até fevereiro, a região pantaneira continuará com o nível de alerta em “atenção”. Por outro lado, a maior parte de Mato Grosso do Sul ficará em nível de “observação” e “baixa probabilidade” de incêndios.